1017 escolas estaduais de Goiás aderem ao regime especial de aulas não presenciais

Detalhes

Mais de 97% da rede estadual está realizando aulas à distância, utilizando materiais didáticos adequados aos estudantes

O regime especial de aulas não presenciais, aprovado pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) de Goiás na semana passada como alternativa para o ano letivo diante da pandemia do Coronavírus, já está sendo executado por 1017 unidades escolares da rede estadual goiana.

Esse número representa mais de 98% da rede de ensino, que possui ao todo 1029 unidades de Ensino Fundamental e Ensino Médio. O levantamento das unidades aderentes ao regime especial foi feito pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), junto às Coordenações Regionais de Educação (CREs).

Todas as escolas da Zona Rural estão inclusas no grupo de unidades que aderiram ao regime especial. Mesmo em comunidades sem acesso à internet, os alunos estão recebendo conteúdo didático e listas de atividades. Algumas escolas, por exemplo, têm enviado materiais impressos a farmácias e supermercados para que estes sejam recolhidos, posteriormente, pelas famílias.

O Colégio Estadual Dom Emanuel fixou materiais didáticos no muro da escola para que famílias sem acesso à Internet tirem fotos e estudem em casa


Ano letivo

Com o regime especial de aulas não presenciais, os próximos dias serão contados como letivos nessas unidades. Assim, não será necessário a reposição de aulas nem o adiantamento ou redução das férias. O objetivo desse sistema é manter as atividades pedagógicas nas escolas sem a presença de alunos e professores nas dependências escolares. Para isso, as escolas devem elaborar materiais específicos e compartilhá-los com os estudantes por plataformas digitais, redes sociais e grupos de mensagem.

“Diante de uma situação dessa, em que não é possível prever o final da quarentena, o que estamos tentando fazer é dar condições para as escolas ministrarem essas atividades, de forma que se aproveite como dia letivo e não comprometa as férias quando tudo voltar ao normal”, explicou a secretária de Estado de Educação, Fátima Gavioli, em webconferência com coordenadores regionais e gestores nesta segunda-feira (23/3).

“Esta não é e nunca será a melhor opção; nada vai substituir nossas aulas presenciais. Mas é o que nós temos para agora. E isso é tanto para não fazer o aluno deixar de praticar atividades educativas de leitura, reflexão, interpretação, resolução de problemas, testes aritméticos e de escrita, nas suas funções executivas do cérebro, como também para promover a socialização e a integração do professor com sua turma”, argumentou a secretária.

O desafio de fazer o conhecimento chegar até o aluno, apesar do isolamento social e do fechamento das escolas, foi comentado pela superintendente de Organização e Atendimento Educacional da Seduc: “Isso vai ser uma oportunidade para nós. É transformar a crise em oportunidade, aprender com isso e chegar aonde jamais pensamos que chegaríamos”, afirmou Patrícia Coutinho.

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Unidades que não aderiram

Segundo a resolução do CEE, as unidades escolares que não conseguirem cumprir as aulas não presenciais podem apresentar um plano de reposição de aulas, a fim de garantir os 200 dias do ano letivo, como prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).


Acompanhamento

As atividades à distância das escolas e os conteúdos ministrados neste período de suspensão das aulas presenciais serão acompanhados pelos gestores e coordenadores pedagógicos das unidades escolares, pelas CREs e pelos tutores educacionais.

Essa supervisão será facilitada por uma plataforma online divulgada pela superintendência de Organização e Atendimento Educacional para os tutores educacionais, nesta segunda-feira (23/3). Na plataforma, os tutores vão preencher, diariamente, uma série de dados em relação às escolas monitoradas, com o objetivo de acompanhar e avaliar o trabalho pedagógico realizado pelas unidades escolares à distância.

Saiba mais: Escolas estaduais estão fechadas a partir desta sexta-feira, 20/03