Goiás implanta novo Ensino Médio em 596 colégios estaduais
- Detalhes
Alunos da 1ª série
dessas unidades já possuem carga horária ampliada, com Projeto de Vida e
eletivas
O novo Ensino Médio, regulamentado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), começou a ser implantado em diversos estados do Brasil e deve funcionar plenamente até 2022. O governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), já instaurou neste ano o novo modelo em 596 colégios estaduais de tempo parcial – maior número entre as redes estaduais de ensino do Brasil. Confira a lista das unidades escolares aqui.
Como o Documento Curricular de Goiás para o Ensino Médio (DC-GOEM) ainda está em processo de finalização, o trabalho dessas escolas piloto está sendo norteado por uma matriz curricular construída pela Seduc, a partir da BNCC.
Segundo a superintendente de Ensino Médio da Seduc, Osvany
Gundim, essa distribuição de carga horária foi a saída encontrada pela
secretaria para iniciar a implantação do novo Ensino Médio antes mesmo da
conclusão do Documento Curricular. O DC-GOEM é o texto que vai traduzir a BNCC
para a realidade estadual goiana e detalhar quais Itinerários Formativos serão
trabalhados nas escolas.
Carga horária
As escolas que já aderiram ao novo Ensino Médio oferecem semanalmente, para os alunos da 1ª série, 23 horas de aula da base (componentes curriculares obrigatórios e comuns a todos os estudantes) e 7 horas de itinerários formativos, a parte flexível do currículo, composta por Projeto de Vida, eletivas e trilhas de aprofundamento.
Com a reforma do Ensino Médio, a carga horária total dessa etapa da Educação Básica foi ampliada de 2.300 para 3.000 horas (1.800 de base e 1.200 de flexibilização). Em Goiás, a 2ª série terá 15 horas de base e 15 horas flexíveis. Já 3ª série terá 16 horas de base e 14 flexíveis.
Itinerários
Formativos
Para garantir a flexibilização do currículo e possibilitar
ao estudante mais autonomia e poder de escolha, grande parte da carga horária
do Ensino Médio é de Itinerários Formativos. Os itinerários são trilhas de
aprofundamento, com aulas na área de maior interesse do aluno. “As pessoas são
diferentes e aprendem diferente”, destacou Osvany Gundim.
Cada unidade escolar deverá oferecer no mínimo dois Itinerários Formativos. No entanto, se um adolescente estuda em determinada escola e ela não oferece o itinerário desejado, o aluno pode cursar as horas de itinerário formativo em outras escolas ou institutos de educação.
Desafio
O mapeamento e a organização da oferta desses itinerários,
na rede estadual de ensino, nas Coordenações Regionais de Educação (CREs) e nos
municípios, vai exigir das secretarias de educação um grande esforço,
reconheceu a superintendente.
“É desafiador, mas o Ensino Médio estava em momentos que só
evidenciavam que ele não estava bem. Então precisava haver mudanças. E para
recuperar aquele interesse dos estudantes e toda a credibilidade que ele
precisava, realmente tinha que ser uma mudança grande. E não tem mudanças sem
desafios”, pontuou.
Dezessete itinerários
Como antecipado pela superintendente, Goiás terá 17 sugestões de itinerários formativos: dois da área de Linguagens e suas Tecnologias, dois da área de Matemática e suas tecnologias, dois de Ciências da Natureza e suas tecnologias, dois de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, seis itinerários integrados (junção de duas áreas do conhecimento) e três itinerário técnico profissionalizantes. De acordo com a gerente de Ensino Médio, Itatiara Teles de Almeida, os itinerários integrados vão atender, principalmente, municípios com apenas uma ou duas escolas.