Representantes de escolas vencedoras enaltecem ganhos educacionais obtidos com o ‘Estudantes de Atitude’
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Primeira edição do projeto, encerrada nesta segunda-feira (9/12), teve adesão de 105 unidades da rede estadual de ensino
Entre os representantes das escolas premiadas no ‘Estudantes de Atitude’, na segunda-feira (9/12), a sensação era de vitória, independentemente da classificação final obtida no desafio. Somavam-se a esse sentimento a percepção da missão cumprida, do orgulho de serem responsáveis diretos pelas modificações no ambiente escolar e a certeza de terem deixado um legado, encarado como sementes para novas transformações e conquistas.
Na ansiosa espera pelo
resultado, na manhã desta segunda-feira (9), no Teatro Goiânia, Samya Paula de
Alcantara Pereira, diretora do Colégio Estadual Moysés Pereira Peixoto
(Anicuns), refletia com os professores-orientadores do projeto vencedor, Anderlúcia
de Castro, Flávia Meiry e Leandro Gonçalves, sobre os ganhos da “jornada
cidadã”, que levou à edificação de uma biblioteca na escola. Algumas
palavras-chave apareciam nas intervenções do grupo, entre elas, “gratidão”,
“vitória”, “capacidade” e “união”.
Nem Samya acreditava na
proporção que tomaria o engajamento de alunos e da comunidade. “Não pensei que
iriam [colaborar] tantas pessoas, alunos, funcionários e comunidade em geral”,
contou ela, relatando que os envolvidos levaram 30 dias para construir uma
praça de convivência e a Biblioteca Gilmar da Costa Lima, nome escolhido em
homenagem a um ex-professor de Matemática e Física da escola, que morreu há
quatro anos.
Para Anderlúcia, o mais
motivador foi observar o quanto os estudantes gostaram de participar. “Os
alunos sentem que agora a escola é deles e que eles são parte dela. É o
sentimento de ‘Como somos capazes’! De que, se a comunidade se une, podemos conquistar
coisas importantes”, ressaltou.
Fazer a diferença
Maria Auzenira Machado, diretora do Colégio Estadual Artur da Costa e Silva (Aparecida de Goiânia), vice-campeão da disputa com a construção de uma praça de estudantes, uma horta e uma quadra esportiva de areia, também se surpreendeu com a amplitude das ações. “Quando a gente entrou no projeto, pensamos em participar, o que já era um prêmio. Jamais imaginaria que chegaríamos à final”, destacou, creditando o sucesso do projeto às parcerias realizadas. “Nossa escola mudou a realidade da região e dos nossos alunos. Hoje, a comunidade vê o [colégio] Presidente Artur como uma unidade que abraça a causa e faz a diferença”, comemorou.
Escola de Atitude
A direção do Colégio Estadual
Castelo Branco (Inhumas), terceiro lugar no desafio com o projeto de
revitalização sustentável do pátio da escola – que incluiu a implantação de um
pergolado feito com garrafas pets e postes de eucalipto –, reforçou o amplo
engajamento nas ações, que permitiu, inclusive, a mudança de comportamento de
alunos considerados indisciplinados.
“Costumo dizer que não se trata apenas de estudantes de atitude. São também professores e gestão com atitudes. Todos abraçaram o projeto, e é muito encantador. Pode ser terceiro lugar aqui [na premiação], mas para nós é uma vitória de primeiro lugar”, celebrou a diretora da unidade, Fernanda Gomes Figueira.
Para a realização do desafio, o colégio teve a indispensável dedicação dos jovens professores-orientadores Saulo José, de Matemática, e Geovana Gonçalves, de Ciências. Como mérito do projeto, os dois enalteceram, sobretudo, a mudança de atitude dos estudantes em relação ao patrimônio público e ao exercício da cidadania. Eles citaram como exemplo dessa transformação o pedido, feito pelos próprios alunos, para acompanhar uma sessão na Câmara de Vereadores do município, pois queriam conhecer de perto o funcionamento da casa legislativa.
Preocupação ambiental
O professor Júlio César Pimenta Ribeiro, orientador do projeto de defesa das nascentes do município de Rio Verde, que ficou em quarto lugar na disputa, competindo pela Escola Estadual de Tempo Integral (EETI) Cunha Bastos, ressaltou os ganhos socioambientais da iniciativa. “Os alunos mudaram o perfil em relação ao meio ambiente. Inclusive, está no nosso plano para o ano que vem dar continuidade ao projeto. Porque não basta plantar. A gente tem de ir lá e tomar conta. E pretendemos fazer isso em 2020, junto com a secretaria de Meio Ambiente”, disse.
Para o desafio, a escola fez um trabalho de plantio de mudas no ambiente escolar, remodelou a horta e, por fim, encerrou o projeto levando os alunos para um trabalho de campo na nascente do Ribeirão Abóbora, que abastece o município. Os alunos também conscientizaram as pessoas do bairro sobre a necessidade de conservação ambiental e distribuíram mudas para os vizinhos plantarem.
Protagonismo Juvenil
Quinto colocado no ‘Estudantes
de Atitude’, o Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Alcide Jubé, escola
tradicional de Goiás, que conta com 142 estudantes, procurou revitalizar o
auditório da unidade escolar – um espaço
bastante utilizado nas aulas de Protagonismo Juvenil e para as apresentações
artísticas e palestras. O local encontrava-se com paredes sujas, poltronas
quebradas e rasgadas. Segundo a diretora da escola, Rosângela Caixeta, os
estudantes foram em busca de doações no comércio local e conseguiram angariar
tinta, materiais de pintura e de tapeçaria necessários para consertar as poltronas
e grafitar as paredes.
Para ela, o trabalho demonstra que os alunos são capazes de transformar e serem “protagonistas de suas próprias vidas”. Reforçou, ainda, que os estudantes "conseguiram mobilizar a comunidade escolar e vilaboense, o que comprova a qualidade do trabalho da equipe do Cepi, por meio da disciplina do Protagonismo Juvenil”.