“Para a maioria dos alunos, a escola pública é a única oportunidade de conquistar um futuro melhor”, destaca Fátima Gavioli
- Detalhes
Comentário da secretária de Educação de Goiás serviu como um
alerta durante seminário em Pirenópolis que discutiu a importância das
avaliações para a qualidade do ensino
A Secretaria de Estado da Educação
(Seduc) promoveu nesta quarta-feira (14/8), em Pirenópolis, o seminário
“Avaliação e Educação de Qualidade”, em parceria com o Instituto Unibanco (IU).
O evento foi direcionado aos coordenadores pedagógicos do Ensino Médio,
assessores pedagógicos das Coordenações Regionais de Educação (CREs) e técnicos
da Seduc.
A secretária Fátima Gavioli, que
participou da abertura do evento e acompanhou a programação até o final, destacou
a
importância das parcerias para garantir avanços à educação estadual e citou a
necessidade de promover algumas mudanças no modelo de tempo integral de forma
que a aprendizagem seja realmente significativa e contribua para uma boa
formação dos estudantes. “Para a grande maioria de nossos alunos, a escola
representa a única oportunidade de conquistar um futuro melhor e por isso é
fundamental que eles tenham acesso a um ensino de qualidade”, frisou ela.
Fátima
Gavioli reconheceu que o apoio de diversos parceiros tem feito muito pela
educação goiana e chamou a atenção para o atual cenário de Goiás. “Existe uma
mudança muito importante acontecendo na rede estadual de ensino, que é muito
mais do que uma mudança de prédio. Estamos vendo uma mudança que é de gestão, que
é pedagógica e até filosófica. E isso, com o tempo, nos trará resultados ainda
melhores”.
A
secretária ressaltou ainda que a Superintendência de Educação Integral da Seduc,
ao lado do Instituto Sonho Grande, está trabalhando no sentido de dar uma nova
modelagem para o Ensino Médio de tempo integral dentro da proposta de promover
uma educação realmente com foco na formação integral dos alunos.
Desafios
Ricardo
Henriques, superintendente do Instituto Unibanco, lembrou que os desafios da
educação pública estão ainda maiores atualmente por conta de uma conjuntura
econômica marcada pelo ajuste fiscal. Segundo ele, essa realidade impõe consequências
muito fortes sobre os investimentos em áreas prioritárias, como a educação.
O superintendente do IU frisou que, embora o Estado de Goiás seja hoje uma referência brasileira na qualidade da educação, especialmente no Ensino Médio, esses resultados não significam que não seja necessário repensar mudanças. Ricardo Henriques afirmou que toda parceria pela educação é sempre desafiadora porque caminha no sentido de co-criar caminhos que permitam avançar.
Um dos pontos da palestra “Contexto Educacional e
Gestão para o Avanço Contínuo”, o superintendente do IU falou sobre os modelos
de gestão na construção de bases para garantir um avanço contínuo na qualidade
do ensino. Destacou, também, que os líderes efetivos que conseguem mobilizar boas
condições aos professores e impactar na aprendizagem mostram um repertório de
práticas semelhantes.
Nesse repertório, entre os pontos que merecem
destaque, estão a construção de uma visão compartilhada, definição clara de objetivos,
altas expectativas, atenção e apoio intelectual, interação permanente e
visibilidade com os estudantes, criação de uma cultura colaborativa e de uma
relação produtiva com a família e a comunidade, dar apoio técnico aos
professores e conectar a escola com seu entorno e suas oportunidades.
Reforço
escolar
Durante sua participação no seminário, o jornalista
Antônio Gois lançou importantes reflexões ao abordar o tema “Avaliação
Educacional e Desigualdades no Brasil”. Especialista em temáticas ligadas à
área educacional, Antônio Gois comentou sobre a necessidade de priorizar o combate
às desigualdades na rede pública, sugeriu mais investimentos em ações de
reforço escolar e chamou a atenção para o fato de que a aprendizagem está
diretamente associada a fatores de violência e de vulnerabilidade social.
Colocações importantes também foram feitas pelo
pesquisador César Nunes, gerente de Desenvolvimento de Soluções do Instituto
Unibanco, e pela professora Waldirene Barbosa, analista de Avaliação do Centro
de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) durante um debate mediado
por Antônio Gois.
Para César Nunes, as avaliações precisam ser uma
ponte entre o ensino e a aprendizagem para se analisar o que o aluno tem
aprendido. “As avaliações nos permitem pensar em novas metas para avançar e
garantir ações para que um número maior de alunos possa aprender de forma
significativa. Elas também são fundamentais no sentido de permitirem verificar
se o direito constitucional de acesso a uma educação de qualidade está sendo
cumprido pelo poder público”, destacou a professora.
Especialista em tecnologias interativas aplicadas à
educação, Jane Reolo enfocou a importância do envolvimento do diretor com a
comunidade educacional durante sua participação no debate sobre experiências
exitosas de diretores que fazem a diferença.
Seminário
O
seminário “Avaliação e Qualidade da Educação” foi promovido com o intuito de enfatizar
a importância e a necessidade das avaliações internas e externas como
instrumentos de gestão pedagógica, uma vez que, a avaliação externa é realizada
por turmas, o que permite detectar as maiores dificuldades dos estudantes e, a
partir daí, planejar aulas com conteúdo programático que proporcione melhoria
do rendimento escolar e a avaliação interna possibilita gerar devolutiva direta
para o estudante e para o professor, e este, por sua vez, buscar arranjos de
conteúdos mais assertivos.
O
seminário busca a melhoria da
aprendizagem, a garantia da permanência dos estudantes na escola e,
principalmente, a efetiva redução das desigualdades educacionais na rede pública
estadual de ensino de Goiás. Além dos coordenadores e técnicos da Seduc, o
encontro contou com as presenças das professoras Osvany Gundim (superintendente
de Ensino Médio), Márcia Rocha Antunes (superintendente de Educação Integral) e
Rita de Cássia Ferreira (superintendente do Centro de Estudos, Pesquisa e
Formação dos Profissionais de Educação).
Jovem de Futuro
A
parceria entre a Seduc e o Instituto Unibanco tem como principal ação o
programa Jovem de Futuro, implantado desde 2012 nas escolas de Ensino Médio de
tempo integral do Estado. O programa tem como objetivos a melhoria da
aprendizagem, a permanência dos estudantes na escola e, principalmente, a
redução das desigualdades educacionais da rede estadual goiana.
O
Ensino Médio do Estado alcançou a nota de 4,28 no IDEB 2017, muito acima da
média brasileira, que é de 3,5. O resultado é fruto, entre outras ações, de um
processo chamado Circuito de Gestão. Trata-se de uma sequência de ciclos, sendo
que cada um é composto por diferentes etapas: planejamento, execução, avaliação
de resultados e correção de rota (replanejamento), sempre considerando as
realidades locais e adaptando as etapas junto com a Secretaria.