CNE debate em Goiânia temática indígena e quilombola para BNCC do Ensino Médio
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Com a propriedade de quem já promove a inclusão de indígenas e quilombolas na educação com programas realizados na rede estadual, a equipe da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce) participa nesta quinta-feira (21/6) de audiência do Conselho Nacional de Educação (CNE). Com o apoio do Conselho Estadual de Educação (CEE), o evento reúne dezenas de especialistas de todo o país em Goiânia para debater a temática e apresentar projetos para a Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Médio (BNCC do Ensino Médio).
A superintendente de Inclusão da Seduce, Márcia Rocha de Souza Antunes, e o coordenador da CRECE Goiânia, Marcelo Oliveira, participam como representantes da Seduce no Conselho Estadual de Educação. Outros professores e técnicos da Secretaria também participam. Para Márcia Rocha, o debate dessa temática pela CNN é extremamente importante e traz uma discussão muito próxima do já é realizado na rede estadual de Goiás na educação inclusiva.
“Vivemos um dilema dentro da educação indígena e quilombola, que é estabelecer a relação entre a interculturalidade e a qualidade. Queremos valorizar muito esses saberes locais, do povo, e ao mesmo tempo dar oportunidade a eles de irem para a universidade, ocupar espaços no mercado de trabalho. Toda essa discussão, esse debate, a gente tem feito dentro da Seduce”, ressalta a superintendente.
Ela acrescenta que já é realizada, há três anos, uma discussão entre pasta, representantes das comunidades e uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e da Universidade Federal de Goiás (UFG) no sentido de encontrar um consenso entre interculturalidade e qualidade na educação de povos quilombolas e indígenas. “Hoje nossa equipe de educação do campo indígena e quilombola está toda aqui para participar desse debate, o que vai fomentar as discussões que a gente tem feito no Estado”, observou.
A importância dessa relação é apontada também pela professora Suely Menezes, do CNE. “Quando falamos em base curricular, o mais importante é agregar a flexibilidade. Criar esse currículo flexível que conversa com uma área e com a outra, que conversa com a sociedade, com o ser humano. É uma relação mais real, um currículo de uso efetivo. Esse é o grande passo”, ressalta.
Goiás tem sido um dos atores centrais das discussões do BNCC, é o Estado que mais apresenta contribuições, a partir, inclusive, de iniciativas dos professores. “Hoje, aqui, temos o foco no tema muito especial, que é de como a BNCC vai contemplar questões indígenas e quilombolas. Nosso sistema educativo tem que dar atenção especial à contribuição da cultura indígena e afro-brasileira para a construção da identidade nacional e da educação do país”, avaliou o presidente do CEE, professor Marcos Elias Moreira.
O objetivo da audiência desta quinta-feira, que continua à tarde com diversos grupos de trabalho, é abrir as discussões para a elaboração de um documento que será apresentado à Comissão para “Educação das Relações Étnico-raciais e Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e Indígena” da Câmara de Educação Básica do CNE. Haverá outro encontro em Brasília, no Distrito Federal.
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