Força energética é subutilizada no Brasil
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A mesa “A Nova Energia” abriu na manhã dessa quarta-feira, 6/6, as Mesas de Meio Ambiente do 20° Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica).
Realizada no Convento do Rosário, a mesa promoveu uma discussão acerca de energias renováveis. Mediada por Nash Chaul, coordenador geral de Música e Meio Ambiente do festival, teve como participantes o representante da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeéolica), Ney Maron, e o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.
A mesa abriu a programação de meio ambiente do dia e, além de pontuar problemas ambientais, reservou espaço para pensar soluções.
Tendo como pano de fundo a atual produção energética brasileira e o cenário conturbado de dependência de combustíveis fósseis, foram apontadas duas possibilidades para a superação do modelo vigente: As energias solar e eólica .
Energia solar
O Brasil é hoje o 10°produtor de energia solar no mundo, com 1 giga watt instalado, produção que tem grandes possibilidades de ampliação. “A energia solar não é mais a energia do futuro, é a energia do presente”.
Ney Maron destacou que o Brasil tem um cenário natural favorável para a produção de energia solar. Um exemplo disso é que mesmo a pior capacidade de insolação do Brasil ainda é 30% melhor que a melhor capacidade na Alemanha.
Ele destacou o trabalho do Estado de Goiás no incentivo à produção de energia solar no estado.
Com o incentivo estatal, o grande desafio é a educação e comunicação, problemas que são diminuídos com iniciativas como a palestra dessa manhã. “As tecnologias já temos, as leis de financiamento estão a caminho, o que a gente precisa de fato para pisar no acelerador é comunicação.”, explica.
O especialista falou da importância e a complementaridade nas fontes de energia renovável, levando mais longe a capacidade energética do país. “Todos nós, com energia renovável, hidráulica, solar e eólica, temos condições de resolver o problema energético do Brasil”.
Energia eólica
O especialista em energia eólica, Rodrigo Sauaia, explicou que o Brasil possui uma alta capacidade de produção de energia eólica, 70% acima da média mundial.
Hoje, 26 anos depois da instalação da primeira turbina eólica no Brasil, o país é o sexto em capacidade instalada no mundo, contando com 520 parques eólicos que produzem energia para abastecer 22 milhões de residências e 67 milhões de pessoas.
Com uma maior parcela de parques eólicos instalados na região Nordeste do país, o especialista destacou a importância de valorizar as populações locais quanto ao aproveitamento de fontes renováveis de energia. “É a energia de uma nova sociedade, é uma nova forma de ver associando tecnologia, meio ambiente e, acima de tudo, respeito às pessoas” defendeu.
Para ele a produção de energia renovável está atrelada à cidadania, servindo como principal exemplo a geração de renda e o respeito ao território e suas populações.
Para Ney, esse processo de cidadania é ampliado pela energia solar, com a possibilidade de produção individual e de baixo custo de energia por parte do cidadão comum e de empresas, o que possibilita a independência dos consumidores.
Segundo o especialista, hoje, 89% dos brasileiros gostaria de produzir a sua própria energia. A fonte solar permite que isso aconteça, inclusive com o apoio público, trazendo uma nova perspectiva para o consumo energético “A energia solar está aí, não agride a natureza e é de graça”
Para ambos, as condições naturais brasileiras são extremamente favoráveis à produção de energia de fontes renováveis, porém essa força energética ainda é subutilizada e precisa ser discutida.
O evento teve a presença dos alunos do Cepi Alcides Jubé, da cidade de Goiás, que participarão do projeto Escola Sustentável. O projeto será desenvolvido pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) após o Fica e terá consultoria da ambientalista Patrícia Mousinho.
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