Alunos, professores e especialistas dialogam sobre enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes

Detalhes

 

A Vila Cultural Cora Coralina, no centro de Goiânia, recebeu na tarde desta quinta-feira, 17/5, a roda de conversa “Os Desafios no Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes em Goiás”. Promovido pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), por meio da Superintendência de Inclusão, o evento reuniu alunos, professores, representantes do Ministério Público, do Conselho Tutelar, da Polícia Civil e de outras entidades.

 

Superintendente de Inclusão da Seduce, Márcia Rocha mediou a conversa que contou com a participação de especialistas no assunto. “Temos muito orgulho de atuar em defesa das crianças e dos adolescentes, e esse trabalho só se fortalece a cada ano”, destacou a mediadora. A iniciativa faz parte da programação do Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Jovens, que será lembrado em todo o país no dia 18 de maio.

 

Uma das participantes foi a psicóloga Maria Luiza Moura Oliveira. Membro do Observatório Latino Americano e Caribenho Sobre Tráfico de Pessoas, ela apresentou estatísticas sobre o histórico de violência sexual contra menores em Goiânia. Entre 2015 e 2017 foram 884 registros envolvendo meninas. Isso, conforme destacou, sem contar com os inúmeros casos que sequer são denunciados. A psicóloga, então, levantou a seguinte reflexão: “Que medida nossos gestores, parlamentares e autoridades podem tomar para lutar contra a

violência? ”.

 

Na sequência, o psicólogo Joseleno Vieira dos Santos disse que, de cada 100 abusos ocorridos no país, somente 25 são denunciados. “Mas isso não significa que a denúncia vai se transformar em um inquérito ou um processo, e que o autor será punido”. Para o especialista, que é coordenador do Fórum Goiano de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, um dos maiores desafios é reduzir o índice de impunidade.

 

Já o inspetor da Polícia Rodoviária Federal e mestre em Direitos Humanos, Fabrício Rosa, aproveitou o momento para falar diretamente com os alunos do Colégio Estadual Ary Ribeiro, que ocuparam a maior parte do auditório. Explicou sobre as modalidades de exploração sexual, como o tráfico de pessoas, a pornografia e o abuso, e também falou sobre o que a Lei entende como exploração sexual. “Na polícia, existe um grupo que promove ações de combate a esse crime. E percorremos o Estado inteiro, prendendo pessoas que abusam de crianças e adolescentes”, contou. “As principais ocorrências acontecem em casa”, alertou.

 

Após a exposição de cada um, Márcia reforçou a importância de denunciar os casos de exploração sexual. “É importante ligar para o 100 e formalizar a denúncia. É um canal importante para que a gente consiga proteger nossas crianças e adolescentes. A juventude tem condições de mudar todo o quadro de violência que vivemos neste país”, comentou. Depois, participantes da roda de conversa participaram, contando suas próprias histórias, ou tirando dúvidas com os especialistas.

 

Outras ações

Além da roda de conversa, a Superintendência de Inclusão da Seduce também organizou uma série de ações elaboradas com o objetivo de sensibilizar, informar e despertar a atenção da sociedade para o tema em questão. Entre as atividades previstas estão palestras, atos públicos, passeatas, panfletagem, campanhas nas redes sociais e atividades artístico-culturais, que serão promovidas em diversos espaços de Goiânia e no interior do Estado.

 

As Coordenações Regionais também participarão da campanha com a exibição de filmes e documentários, palestras, debates, seminários, concursos de redação, caminhadas, apresentações teatrais, aulas temáticas e interdisciplinares, entre outras ações. Confira a programação das Creces clicando aqui.

 

Goiânia, 17 de maio de 2018

Comunicação Setorial da Seduce Goiás

 

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