Jornalista Cleisla Garcia participa de debate sobre suicídio com educadores e alunos

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A jornalista Cleisla Garcia participou na tarde desta sexta-feira, 4/5, de um encontro que debateu suicídio. Organizado pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce Goiás), o evento ocorreu no Instituto Tecnológico do Estado de Goiás em Artes (Itego) Basileu França e reuniu superintendentes, alunos da rede estadual, coordenadores regionais e tutores pedagógicos.

 

Cleisla é autora do livro "Sobre Viver", que aborda como adolescentes e jovens podem sair do caminho do suicídio e reencontrar a vontade de viver. A jornalista está em Goiânia para lançar oficialmente a obra no sábado, 5/5, entre 16h e 19h, na Livraria Saraiva do Flamboyant Shopping.

 

Durante o encontro com pessoas ligadas à Educação, ela trouxe estatísticas e levantou a importância de discutir ações que possam prevenir o suicídio. E também contou que a motivação para escrever o livro surgiu a partir de uma reportagem que fez sobre o tema. “Acreditava que falar sobre suicídio provoca suicídio, mas, na verdade, pode salvar vidas”, disse. “A cada 40 segundos uma pessoa consegue acabar com a própria vida. São 12 mil exterminados por ano no Brasil”, refletiu.

 

Em formato de bate-papo, Cleisla respondeu diversas perguntas sobre o tema. De acordo com ela, a série 13 Reasons Why (Os 13 Porquês) e o jogo Baleia Azul acabaram ampliando o debate no país. O assunto entrou ainda mais no contexto escolar quando a jornalista citou o bullying. Nos Estados Unidos, por exemplo, 19 mil crianças tentam se matar todos os anos por serem alvo de bullying. E, de acordo com ela, a escola tem papel essencial nesse cenário.

 

“Precisamos entender a pirâmide que envolve a vítima. O agressor, muitas vezes, também é uma pessoa vulnerável. E professores devem estar atentos aos sinais e incentivar os outros alunos a não serem plateia. Não é bonito ver o amigo ser sujeito a humilhações profundas. Amigo é aquele que diz: ‘Basta. Isso não tem graça’. É preciso inverter essa ordem de que o poderoso domina. Precisamos ensinar para nossas crianças que a fragilidade deve ser respeitada. E a escola precisa estar preparada para identificar sinais de riscos e combatê-los”.

 

Quem também participou do bate-papo foi a jornalista Mirian Tomé, que mediou o debate, e a representante do Centro de Valorização da Vida (CVV), Kiôko Matsumoto. O CVV é um grupo de voluntários que realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio. Só no Brasil são cerca de dois milhões de atendimentos por ano. “Nosso papel é tentar entender o estado emocional da pessoa. Ouvir, mostrar que alguém se importa com o seu sofrimento”, disse. O CVV atende pela internet, por meio do site www.cvv.org.br, ou pelo número 188.

 

A ex-secretária Raquel Teixeira marcou presença no evento e agradeceu pela troca de conhecimento ocorrida durante o bate-papo. “Viver é a coisa mais importante, o dom maior que Deus nos dá. Se a vida merece ou não ser vivida, aparentemente é uma questão pessoal, quase filosófica, e que passa pela cabeça de algumas pessoas, inclusive de jovens. A gente tem vivido situações de suicídio na escola, convivendo com isso semanalmente. E, às vezes, não sabemos como agir. Como educadores, é um grande debate que precisamos trabalhar e vencer”, disse.

 

Em nome do secretário Marcos das Neves, Raquel também disse que o assunto vai continuar sendo tratado entre os educadores que, por sua vez, levarão o debate às escolas. Cleisla parabenizou a Seduce pela iniciativa, inédita na rede pública do país, e ressaltou a importância de o poder público encontrar soluções para enfrentar o suicídio.

 

Goiânia, 4 de maio de 2018

Comunicação Setorial da Seduce Goiás

 

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