Tempo Integral - “A escola me mostrou o caminho e, com dedicação, alcancei meu objetivo”, diz aluno de medicina da UFG

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David Lorenzo Gonçalves Soares, cursou todo o Ensino Médio no CEPI Professor Pedro Gomes e atribuiu o sucesso à metodologia da escola

A mãe de David, Polyanna Gonçalves da Silva, conta que a escola em tempo integral o ajudou a focar mais nos estudos

 

David Lorenzo Gonçalves Soares têm no currículo escolar a bagagem de escolas públicas e o sonho de ser um bom profissional. Ele cursou o Ensino Médio no Colégio Estadual de Período Integral Professor Pedro Gomes, onde estabeleceu como Projeto de Vida, o curso de Medicina.

“Eu sempre me identifiquei com a profissão e vendo que a possibilidade de estabilidade financeira era maior, eu decidi que esse seria meu caminho”, conta o estudante que, com dedicação e auxílio da escola, entrou na lista dos aprovados de 2018 pelo SISU, nas Universidades Federais de Goiás (UFG), Bahia (UFBA) e de Pernambuco (UFPE). Ele escolheu a de Goiás.

A metodologia de ensino da unidade de período integral foi determinante para que David conseguisse administrar uma rotina intensa de estudos em casa durante o ano de 2017, quando ficou fora dos muros escolares. “Eu concluí o Ensino Médio em 2016 e no ano seguinte estabeleci 11 horas diárias de estudo. Os finais de semana eu usava para revisões. Essa dinâmica de estudo eu aprendi na escola e, junto com a minha determinação e disciplina, consegui alcançar meu objetivo”, explica David.

O estudante afirma que estudava exatas por meio de livros didáticos que já possuía e por exercícios retirados de sites especializados, indicados por seus professores nas aulas de Preparatório Pós-Médio. Além disso, David passou a fazer uma redação por dia, que o fez atingir a média 940 na redação do Enem 2017.

David lembra que quando entrou no Ensino Médio recebeu com receio a notícia de que estudaria em uma escola de período integral. “Eu queria começar a trabalhar e conciliar o emprego com os estudos. Mas minha mãe não permitiu e eu ingressei no CEPI Pedro Gomes. No começo achei que seria cansativo ficar tanto tempo na escola, mas depois percebi que a metodologia permitia que nós, alunos, tivéssemos outras atividades. Uma delas, por exemplo, foi o futsal, que funcionou como um momento de descontração”, conta David. Mesmo não integrando mais o quadro de alunos da unidade, David marca presença no CEPI todas as manhãs de sábados, quando o time de futsal da escola entra em campo. Ou melhor, entra na quadra.

E são essas atividades do núcleo diversificado e a metodologia diferenciada de trabalhar as disciplinas que engajam os alunos e estimulam várias habilidades, segundo o diretor da unidade, José Joaquim Neto. “Quando se traz o mundo do aluno para dentro da escola, esse aluno se reconhece e se sente parte da escola. A unidade de tempo integral combate a evasão ao trabalhar com os sonhos e projetos de vida de cada aluno, levando em consideração tudo que está em volta dele. Nosso foco é o sonho de cada estudante”, explica o diretor.

A mãe de David, Polyanna Gonçalves da Silva, conta que o filho sempre foi disciplinado e que a unidade o ajudou a focar mais nos estudos. “Com o meu filho na escola de tempo integral eu ficava despreocupada, porque eu sabia que ele estava aprendendo algo durante esse período. Ele até quis trabalhar a noite, mas eu não permiti porque eu sempre quis dar condições para que ele se empenhasse exclusivamente aos estudos. E acho que todo meu esforço, aliado à metodologia da escola e à dedicação dele resultou na aprovação em uma universidade federal”, conta.

Ela ressalta que o apoio dos pais na escolha de uma profissão do filho é fundamental. “Quando ele me disse que o curso desejado seria Medicina, eu o alertei sobre as dificuldades de entrar na universidade e de permanecer no curso. Mas eu sempre o apoiei nas decisões e caso lá na frente ele descubra que não é essa sua vocação, eu vou estar ao lado dele para dar apoio”, afirma Polyanna.

O CEPI Pedro Gomes, que atende atualmente 580 alunos no Ensino Fundamental e Médio, teve 25 estudantes selecionados em universidades e faculdades públicas e privadas em 2018. “O aluno não é mais um nome na chamada. Ele tem uma história e traz um sonho, mesmo que ainda tímido. A gente mostra pra ele que na escola podemos tornar esse sonho realidade e trabalhamos para isso”, finaliza o diretor José Joaquim.

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