Educação Financeira: economista Paulo Costa elogia engajamento de professores e alunos da rede

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O economista Paulo Costa esteve em Goiânia nesta terça-feira, 28/11, para ministrar uma palestra aos alunos da rede pública que participam do projeto “Por quê? Educação Financeira”. Realizado pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce) em parceria com a Editora BEĨ, o projeto-piloto usou como principal conteúdo o livro “Aprendendo a lidar com o dinheiro”, de autoria do economista convidado.

 

Paulo Costa é doutorando na Universidade de Harvard, em Massachusetts (EUA), e esteve na capital goiana especialmente para participar do encerramento do projeto-piloto, que envolveu alunos de 14 escolas estaduais de Goiânia e de Aparecida de Goiânia. O economista elogiou a iniciativa da Seduce e se disse impressionado com o engajamento de alunos, professores e coordenadores. “Aprendem muito mais a matemática dessa maneira”, disse, referindo-se ao projeto de Educação Financeira.

 

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Confira a entrevista:

 

Como surgiu a ideia de escrever o livro?

O livro surgiu com a ideia de que o brasileiro administra muito mal seu dinheiro, e isso é conhecido no mundo inteiro. O brasileiro poupa pouco e gasta muito. Então a ideia foi, primeiro, criar um livro que desmistificasse a ideia de que consumir é o normal, isso não precisa ser necessariamente o normal, a gente também pode guardar dinheiro e pensar no futuro. O tempo foi passando e eu vi que, na verdade, a deficiência do brasileiro não era só educação financeira, também era matemática. Então decidi integrar matemática dentro do livro, mas de uma maneira que fosse acessível aos estudantes da seguinte forma: a matemática tem de estar refletida no cotidiano do aluno, não é só mostrar o conhecimento por mostrar o conhecimento, ele tem de ter uma aplicabilidade no dia-a-dia do aluno.

 

Qual avaliação você faz do aproveitamento que os alunos fizeram do material, por meio do projeto com a Seduce?

Nós já fizemos avaliações não somente aqui, mas em outros lugares também, mostrando que os alunos aprendem muito mais matemática dessa maneira, porque eles passam a ter uma conexão pessoal com a matemática e eles veem que não é um bicho de sete cabeças. Então os estudantes amam e eu fico muito feliz em ver isso. Acho que me desperta o interesse em continuar estudando a matemática, que é uma ciência tão importante.

 

Qual é a importância da matemática no cotidiano do cidadão?

A matemática abre as portas, não somente para você organizar sua vida, como a gente mostra na aula, mas também para um grande leque de carreiras. Hoje tudo no mundo são dados, tudo isso é matemática, e são coisas fáceis de entender, a gente só tem que desmistificar. É por isso que a aula tem ajudado muitos alunos, desmistifica a matemática e abre a porta para eles para as carreiras que eles quiserem.

 

E como promover essa desmistificação dentro da sala de aula?

Trazendo a matemática para o dia-a-dia deles. Não mostrar um conhecimento abstrato, mas mostrar que muito da matemática eles já conhecem do dia-a-dia, porque todo mundo interage com dinheiro, por exemplo. Então, se você interage com dinheiro, você tem uma noção de matemática. Talvez não seja a noção formal que a escola cobra, mas o que estou querendo mostrar com esse projeto é que pego a realidade concreta dos alunos e digo: “está vendo tudo isso aqui que você já sabe? Isso tem um nome, isso aqui se chama porcentagem”. A partir daí você vai desmistificando os temas e abrindo as portas para eles continuarem usando matemática no futuro.

 

Qual sua avaliação sobre o compromisso da Seduce em se preocupar com esse assunto?

Eu achei maravilhoso, a secretária Raquel Teixeira abriu as portas para a gente, deu todas as condições para o programa ser realizado. Estamos com muita esperança do projeto continuar nos próximos anos, porque os professores se engajaram, os superintendentes e os coordenadores, foi tudo de uma beleza tão grande e acho que isso a gente não pode perder. Foi tão lindo a professora Raquel ter vindo aqui (na apresentação dos projetos) e passar um tempo com a gente, isso mostra para os alunos que a Secretaria está aqui para eles, e acho isso muito importante.

 

A questão social foi pensada quando você escreveu os livros?

A realidade social é primordial nesse projeto porque ele tem de refletir a realidade dos alunos. É um projeto de matemática, mas que está observando o aluno no seu dia a dia e a realidade social dele. O projeto social dos alunos foi a coisa mais linda que eu já vi na vida, porque eles conseguiram unir a matemática, que é uma coisa fria, com a realidade deles.

 

Goiânia, 28 de novembro de 2017.

Comunicação Setorial da Seduce