Conheça um pouco do processo que vai da concepção à apresentação de uma peça de teatro

Para que um espetáculo chegue ao palco de um teatro, é necessária uma preparação rigorosa que envolve tempo, planejamento e a atuação de diversos profissionais que nem sempre aparecem em cena.

Atrás de cada ator e de cada atriz, há pessoas responsáveis pela direção, som, luz, figurino, maquiagem, montagem e limpeza do palco, manutenção dos equipamentos e objetos de cena utilizados e uma série de outras funções fundamentais para que uma peça teatral tenha condições de ser apresentada ao público.

Sidnei Cruz

O diretor teatral e criador do projeto Palco Giratório, Sidnei Cruz, explica que não há uma fórmula para a montagem de um espetáculo. Cada obra tem necessidades próprias e, por isso, desenvolve configurações diferentes. Segundo o diretor carioca, questões como o gênero da peça, o local onde será realizada, apoio financeiro e a proposta utilizada como ponto de partida são elementos que fazem diferença e direcionam o processo em si, além do determinarem o tamanho e o formato da equipe. Mas uma coisa é certa: “há sempre uma quantidade maior de profissionais envolvidos no processo de montagem do que aquela que está em cena”, frisou.

Um exemplo citado por Sidnei ajuda a ilustrar os bastidores de uma montagem para o teatro. No início do ano de 2017, o diretor assumiu o musical A cuíca do Laurindo. A peça envolvia sete atores que cantavam e outros cinco músicos em cena. Foram três meses de ensaio e uma temporada de dois meses de apresentações. Participaram direta ou indiretamente do espetáculo uma orientadora vocal, uma diretora de movimento, um preparador de elenco e, também, assistentes de direção, costureiras, arranjadores, técnicos de áudios, produtores, fotógrafos, assessores de imprensa e maquiadores. Além disso, Sidnei frisou que uma peça teatral é sempre viva. Ou seja, durante as apresentações, profissionais podem deixar a equipe e novas pessoas podem passar a integrar o time.

O diretor da Cia de Teatro Sala 3, Altair de Sousa, também explica o processo de montagem de um espetáculo a partir da própria experiência. Assim como Sidnei Cruz, ele ressalta a particularidade de cada montagem e o trabalho em equipe. A montagem de Cora Coralinha, uma das peças que integram o repertório da companhia atualmente, contou com cerca de 50 pessoas no processo de elaboração, ensaio e estreia. Entre os profissionais envolvidos, estão o preparador de elenco, figurinistas, compositores de músicas para o espetáculo, produtores, iluminador, produtores e sonoplasta. Já na fase de circulação, participam ativamente hoje cerca de 10 pessoas.

Altair explica que o processo de montagem de Cora Coralinha foi feito em dois anos. Nesse período, houve intenso processo de pesquisa, confecção do texto, produção de cenário, desenvolvimento da trilha sonora e a preparação do elenco, que incluiu aulas de canto. A peça circula há quatro anos e já foram feitas cerca de 200 apresentações. De acordo com o diretor goiano, o objetivo é seguir com novas apresentações, pois como afirma Altair: “os espetáculos são feitos para circular”.