Fica 2017 - Roda de conversa reúne ex-diretor da Ancine e diretores de Caminho do Mar

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Reportagem: Jordânia Bispo

Fotos: Andréia Miklos

O ex-diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel, e os diretores do documentário Caminho do Mar, Bebeto Abrantes e Juliana Antunes, se encontraram para uma roda de conversa na manhã do segundo dia do Fica 2017. O encontro mediado pelo consultor de cinema do Festival, Pedro Novaes, foi realizado no jardim da casa de Cora Coralina e também contou com a presença da secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás, Raquel Teixeira.

Durante o bate papo, Manoel Rangel falou sobre a trajetória do audiovisual brasileiro nos últimos anos e destacou que apesar do processo ter sido árduo, ele percebe que houve grandes avanços na produção brasileira. Projetos como o Fundo Setorial do Audiovisual e o Brasil de Todas as Telas foram, segundo o cineasta, oportunidades de virada para o setor no país. “É sempre preciso lutar para conseguir os recursos, mas também para mantê-los”, enfatizou o convidado, reforçando a importância do desenvolvimento de políticas públicas e da união e fortalecimento do seguimento.

Ainda no encontro, Pedro Novaes presenteou o ex-diretor da Ancine com um catálogo que reúne a informações atuais sobre a produção audiovisual goiana. São 28 longas-metragens, 26 séries e três telefilmes apresentados detalhadamente ao longo da publicação. “É preciso demonstrar e colocar na mão das pessoas aquilo que é feito”, apontou o cineasta ao elogiar o material e a atuação goiana dentro do cenário nacional, que também tem crescido nos últimos anos.

Caminho do Mar

A roda de conversa também foi uma oportunidade para quem quis conhecer o processo de produção de Caminho do Mar, que teve seu lançamento mundial na abertura do Fica 2017, e fazer perguntas para os cineastas sobre as etapas de produção e a discussão que o filme propõe. Durante sua fala, Bebeto Abrantes explicou que o documentário é uma construção que se dá a partir da realidade, mas que ele sozinho não consegue abordar todo o universo do real. “Ele tem um limite para informar. É apenas um filme. Mas ele incentiva um debate e pode despertar o interesse das pessoas em saber mais a respeito do que está sendo falado”, destacou. “Esse, por exemplo, é um rio muito estudado e há diversas pesquisas sobre ele”, acrescentou do diretor ao falar do rio Paraíba do Sul.

Segundo os cineastas, o próximo passo a ser dado, agora que o filme já fez a sua estreia, é a produção de um livro dando sequência ao assunto, a preparação de uma instalação em 3D e a exibição do documentário para a população que vive ao longo do percurso do rio Paraíba do Sul. “O material que não coube nos 87 minutos da produção, certamente será aproveitado de outras formas”, comentou a diretora Juliana Antunes ao destacar que há muitos conteúdos que não foram utilizados no produto final.