Tenda Multiétnica reúne diversos povos em uma programação especial

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No Fica 2017, a praça Brasil Caiado no Largo do Chafariz será o ponto de encontro de povos indígenas, quilombolas, camponeses e movimentos sociais com a Tenda Multiétnica – Povos do Cerrado. O espaço traz uma programação especial com rodas de conversa, minicursos, oficinas e atividades culturais e desde a abertura do Fica tem recebido diversos visitantes  que buscam conhecer um pouco mais sobre os povos do Brasil.

A terça-feira, 20 de junho, não contou apenas com a abertura oficial do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental 2017. Pela primeira vez na programação oficial, a Tenda Multiétnica também marcou presença no primeiro dia de festival, com pelas apresentações culturais dos Xavantes e pela abertura das barracas de venda de artesanato, livros, dicionários e guias, além das oficinas de pintura corporal e expressões indígenas.

Na quarta, 21 de junho, pela manhã, a secretária de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), Raquel Teixeira, visitou cada pavilhão da Tenda Multiétnica e recebeu abraços e pedidos de fotos dos povos kalunga e indígenas. Em uma das apresentações da manhã, Raquel Teixeira discursou e salientou o compromisso da Secretaria com os povos indígenas e kalunga e prestou homenagem ao índio Iawi Avá-Canoeiro, morto no dia 7 de junho.

Iawi era considerado o líder da tribo Avá-Canoeiro e morreu em decorrência de um linfoma. A família de Iawi estava presente no tributo prestado e agradeceu o apoio da tribo Xavante e da Secretaria.

Espaço de discussão

Raquel Teixeira afirmou que o espaço é importante por elaborar um debate dos povos. A secretária conta que viu o respeito entre povos perseverar na tradição da cultura. “Tenho um enorme sentimento de gratidão. Essa tenda representa a origem do Brasil. Ao juntar os povos indígenas com os kalungas, temos o verdadeiro Brasil”, conclui.

Um dos coordenadores da Tenda, Denilson Matteucci, conta que o espaço será importantíssimo para a valorização e integração dos povos. “Será um espaço para criar um debate onde se traga novas ideias, perspectivas para se quebrar paradigmas sobre os povos indígenas e seus direitos”, afirma Matteucci.

O sentimento de agradecimento também era evidente em Márcia Antunes, superintendente da Seduce e uma das idealizadoras do projeto. Márcia afirmou que esse é um momento de encontro entre os povos, e que a tenda vai gerar uma troca de saberes e também um reconhecimento de dificuldades entre eles. “Eles estão em um momento de sentimento de unidade, se reconhecem um no outro, nas dificuldades e alegrias. É um momento oportuno para a preservação cultural dos povos”, frisou.

A importância do intercâmbio entre culturas foi ressaltado pelo professor de linguística, Iranildo Kaorewygi. Ele argumentou que oportunidades como estas são ricas para os povos indígenas e também para os visitante. “Espaços como estes servem para integração entre os indígenas, onde trocamos conhecimento, como a educação indígena, uma necessidade de todos”, disse Iranildo.

Durante as manhãs, serão ofertadas oficinas de jongo (dança afro-brasileira nascida nos quilombos), grafismo Iny/Karajá, capoeira angola e vivência indígena – como pinturas corporais e aulas de expressões indígenas.  As atividades não necessitam de inscrições antecipadas.