Especial Mulher - Força feminina ocupa 80% dos cargos de chefia da Seduce
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8 de março de 2017
Com filhos, flores, livros, volante, estatuetas, giz, canetas, microfone ou uma enxada nas mãos. Resiliência define a mulher, que quebra paradigmas e preconceitos. Assume funções e a família. Mesmo após pouco avanço, elas lutam por espaço, direitos e reconhecimento. Mostram que é possível força e beleza caminharem juntas. Há um caminho árduo, mas esperançoso, para diminuírem as estatísticas de violência e engrossarem as de presença no mercado de trabalho e no parlamento.
Em Goiás, elas são maioria na Educação, Cultura e Esporte. A secretaria que leva o nome das três áreas (Seduce) conta com 31.616 professoras, servidoras, diretoras, chefes de núcleo e de gabinete, coordenadoras, superintendentes, além da própria secretária Raquel Teixeira. Em cargos de chefia elas representam 80%. “Isso me deixa muito feliz, porque a mulher tem um olhar sensível e influencia diretamente na formação do ser humano”, ressalta Raquel.
Rosana Cerosino, chefe do núcleo de tecnologia da Seduce, área comumente masculina, lidera cerca de 80 pessoas, sendo maioria masculina. “É um grande desafio e um privilégio estar à frente de uma equipe voltada para uma área tão técnica. Além do conhecimento agregado, eu preciso ter força, dinâmica e ao mesmo tempo sutileza e aquele jeito materno para liderar, ser respeitada e extrair o melhor da equipe”, conta Rosana.
Encorajada, ela lida com o preconceito, onde quer que ele exista, mostrando capacidade, trabalho e maturidade. “Uma palavra de crítica é convertida em uma palavra de incentivo. Eu consigo absorver o bom que aquilo pode trazer para mim. Isso é o meu esteio, o meu caminho e é assim que eu traço todas as minhas estratégias de vida”, reforça a chefe de T.I, que ainda enfatiza o poder feminino em todos os ambientes. “Não podemos perder nossa feminilidade, pois é nela que mora nossa força e sensibilidade”, completa.
Na área da Cultura, Dirce Vieira adota o mesmo perfil de Rosana: firme nas decisões que o cargo na Seduce exige, e isso faz com que consiga se realizar plenamente no trabalho. Ela, que é gerente de Salas de Espetáculos e Centros Culturais, lida com gente. Homens, mulheres, crianças. São artistas, produtores culturais, teatrólogos, músicos. Cheios de sonhos e vontade de mostrar seus dons. “Meu dia começa logo cedo. Vou ao Teatro Goiânia, daqui a pouco preciso estar no Martim Cererê, e assim por diante, cuidando da manutenção dos espaços. Também recebo muitas pessoas. Eu trabalho com gente, e isso exige muita dedicação”.
Sobre ser mulher, Dirce encara como uma tarefa desafiadora. “É preciso ser forte mesmo de cara lavada, de calça jeans. Pela minha correria, nem sempre posso estar maquiada ou com um salto alto. Acho que ser mulher é isso. Ela tem que ser do jeito que ela quiser ou gostar de ser”, comenta.
Já no Esporte, Leila Xavier coordena um dos programas mais importantes da Seduce, o Pró-Atleta. Todos os anos a iniciativa contempla cerca de 600 esportistas goianos, que devem estar em constante contato com a administração. “Tem hora que a gente precisa ser profissional, tem hora que tem que ser psicóloga, amiga, mãe. É uma superação constante e uma luta diária”, resume.
Fora do horário de trabalho, Leila continua respirando esporte. É que ela luta karatê e kickbox. “Enfrento muitos preconceitos, mas sigo firme com os meus objetivos e ideais. Meu desejo é que as mulheres consigam se sobressair, principalmente dentro desse universo esportivo. Somos guerreiras e acredito que superação é a palavra que nos define”, completa Leila.
E são as peculiaridades e potencialidades femininas que auxiliam Raquel, uma das duas mulheres no primeiro escalão do governo estadual – de um total de 10 secretarias –, a gerir com excelência uma pasta de áreas tão importantes para a sociedade. Estudiosa, a secretária também dividiu o espaço acadêmico e até o plenário da Câmara Federal com vários homens e sentiu na pele a discriminação logo no início da carreira. “O motivo foi estar grávida. Meu chefe me disse que se soubesse da gravidez não teria me deixado ingressar no trabalho”, conta.
O pensamento machista ainda reflete em números de casos de violência, mas ela acredita em avanços. “Me lembro de ministrar uma palestra em uma universidade e, na ocasião, parabenizar as mulheres pelos 2% que representavam em cargos de CEO. Hoje esse número já atinge 16%. Então acredito que, mesmo a passos lentos e aquém de onde precisamos chegar, houve avanço. É preciso acreditar e empoderar a mulher, porque isso é investir na família e na comunidade”, estimula Raquel.
Ser mulher
Ser mulher é ter um dia e todos os outros dedicados a ela. É ter coragem, confiança. É ser mãe ou não por livre e espontânea vontade. É também ser esposa, companheira ou solteira. É ser destaque no trabalho, em casa ou em qualquer outro lugar. É ser respeitada, abraçada e amada. É preservar sua essência. É ser única e ser equipe. Ser mulher é ser inspiração. “Quero deixar uma mensagem de que tenho confiança e fé absoluta no potencial do trabalho da mulher na construção de um mundo melhor e mais moderno. Parabéns mulher! ”, completa Raquel Teixeira.
Veja o vídeo em Homenagem às Mulheres da Seduce
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