Escolas em tempo integral são destaque no Diário da Manhã

Detalhes

A oferta de vagas nas unidades de ensino em Tempo Integral, ligadas à Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), é destaque em reportagem publicada no Diário da Manhã desta quarta-feira, 8/2. Nessa edição, o jornal impresso mostra como funcionam as escolas e destaca o avanço delas nas avaliações de desempenho como, por exemplo, o Enem.

 

Em 2017 a Seduce alcança a marca de 43 escolas que ofertam vagas para o Ensino Médio em Tempo Integral. As matrículas estão abertas e os interessados devem procurar a unidade de ensino em que deseja estudar. Confira a reportagem na íntegra clicando aqui ou abaixo:

 

 

Rede estadual

Vagas abertas para escolas de ensino integral

 

Modalidade de ensino, que registra crescimento na média do Enem, abre 27 novas unidades este ano em Goiás

 

Há vagas e as matrículas ainda estão abertas para o Ensino Médio nas escolas de Tempo Integral ligadas à Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). Os chamados Centros de Ensino em Período Integral (CEPIs), que passam por uma terceira fase de expansão, contarão com 27 novas unidades em todo o Estado este ano, sendo quatro em Goiânia. Nelas o ano letivo começará no dia 13 de fevereiro.

 

A criação das novas escolas oferece mais de 9,4 mil vagas em todo o Estado. Os interessados devem comparecer à diretoria da unidade para efetuar a matrícula (confira abaixo a lista das escolas). É possível, inclusive, solicitar vaga em algumas unidades cujo ano letivo já iniciou. Além do currículo comum, o ensino em tempo integral oferece disciplinas Eletivas, Protagonismo Juvenil, Projeto de Vida, Estudo Orientado, Práticas de Laboratórios, Pós-Médio, Avaliação Semanal e três refeições diárias, que visam preparar os estudantes para sua vida acadêmica e formar competências socioemocionais necessárias para se viver no século XXI, ou seja, a formação “plena” dos estudantes.

 

A secretária de Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, explicou os critérios utilizados para a seleção das escolas. “Precisava ser uma escola de tempo parcial que estivesse disposta a se tornar de tempo integral. E também que oferecesse exclusivamente o Ensino Médio. O Brasil está vivendo a reforma no ensino médio, está vivendo o estímulo ao novo modelo. Tornar todo esse processo realidade em Goiás é um avanço muito grande”, disse.

 

O governo federal vai subsidiar o processo de implementação das escolas. O investimento para cada uma será de R$ 2 mil por aluno, por meio do Programa de Fomento à Implementação da Escola em Tempo Integral, anunciado em dezembro do ano passado. O recurso será utilizado para obras e adaptações das estruturas físicas. As intervenções em Goiás estão em fase de licitação e devem ocorrer ainda este ano.

 

Ensino brasileiro pede mudanças

A abertura das novas escolas ligadas à Seduce Goiás integra um programa de fomento na modalidade em tempo integral, anunciado no segundo semestre do ano passado pelo governo federal. O projeto de alterar a carga horária mínima anual de 800 para 1.400 horas, como é proposto, está na Medida Provisória de Reforma do Ensino Médio.

 

De acordo com o coordenador geral de Ensino Médio do Ministério da Educação (MEC), professor Wisley Pereira, a mudança atende à meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE). “O PNE é uma lei que estabelece 20 metas para a educação brasileira até o ano de 2024. A meta de número 6 determina que pelo menos 25% dos alunos brasileiros da educação básica estejam estudando em tempo integral. Hoje nós temos menos de 6%”, explicou.

 

A ampliação dessa modalidade de ensino, segundo Wisley, vai fortalecer a aprendizagem na educação básica. “Todos os Estados que avançaram nos indicadores têm ampliação na quantidade de escolas em tempo integral. Só para ter uma ideia, 70% dos alunos matriculados em escolas com esse perfil conquistam o Sisu ou ProUni, por meio da nota do Enem. É um bom índice”, comentou.

 

Wisley, que já foi superintendente de Ensino Médio da Seduce, informou que Goiás está entre os três Estados que mais abriu vagas para o ensino integral em 2017. Isso se deve à quantidade de escolas que foram aprovadas pelo MEC para receber a mudança. “A secretária Raquel Teixeira entende a importância do momento”, disse ao comentar a participação do Estado no projeto. “A escola é atrativa e desenhada para atender a especificidade da juventude atual”, concluiu o coordenador do MEC.

 

Bom desempenho é comprovado

José Neto trabalhava como professor de Filosofia no Colégio Estadual Pedro Gomes, em 2013, quando chegou a informação de que a unidade escolar em Goiânia seria uma das primeiras a receber o conceito do ensino em tempo integral. “Vou confessar que na época eu tinha resistência. Na verdade, não queria. Faltava conhecimento”, lembra. Hoje José é diretor da unidade e defende o modelo. “Acredito muito no plano pedagógico, no poder de transformação do ensino”, resumiu.

 

O CEPI Pedro Gomes foi um dos 15 primeiros colégios a implementar a carga horária estendida de ensino. O segundo processo de expansão, de acordo com a Seduce, ocorreu em 2014, quando outras seis unidades escolares se transformaram em CEPIs, por meio do Programa Novo Futuro. O terceiro processo é vivido atualmente, com o apoio do governo federal. No total a Seduce passa a ter 43 unidades.

 

Ao mostrar o histórico de desempenho do CEPI Pedro Gomes, o professor José Neto não escondeu o orgulho. “Em 2012, quando a escola funcionava com o currículo comum, o índice de participação dos alunos no Enem era de 62%. No ano passado, mais de 90% dos nossos alunos fizeram o exame”, diz.

 

Além de despertar naturalmente o interesse dos alunos em participar do Enem, a escola em tempo integral também registra avanço gradativo nas notas gerais. A pontuação do CEPI Pedro Gomes saltou de 485,98, em 2013, para 509,97 no ano de 2015. Escolas com o mesmo perfil apresentam conquistas semelhantes. No mesmo período, o CEPI Garavelo Park, que fica em Aparecida de Goiânia, pulou de 481,42 para 530,61. Em São Luís de Montes Belos, o CEPI Américo Antunes teve nota de 470,34 no ano de 2013 e 514,33 em 2015.

 

O diretor José Neto atribui a melhora dos índices ao trabalho de excelência realizado com os estudantes. “Nós acompanhamos o aluno não só em sala de aula, mas o seu projeto de vida, e em todos os seus planos, em seus sonhos, e o ajudamos a traçar metas. E ver o aluno realizando sonhos é muito gratificante”.

 

Alunos elogiam modelo

A primeira impressão nem sempre é a que fica. Quem contraria o ditado popular são Cláudia Peixoto, de 17 anos, e Heverton Arantes, de 16. Os alunos estão concluindo o Ensino Médio este ano no CEPI Pedro Gomes. Apesar de faltar um ano letivo inteiro para o fim do ciclo na escola, os estudantes já confessam que sentirão saudades. “Minha segunda família”, definiu Cláudia. Nem parece que, dois anos atrás, ela resistiu à ideia de se matricular em uma escola em tempo integral.

 

“Comecei a estudar lá no 1º ano do Ensino Médio. No começo eu não queria de jeito nenhum, pensei que seria monótono ficar mais de oito horas na escola”, lembrou Cláudia. “Já no primeiro mês de aula eu percebi que tinha uma ideia muito errada sobre tempo integral. Somos todos muito unidos, professores, alunos. Uns ajudam os outros”, explicou.

 

Cláudia quer ser psicóloga ou biomédica, não se decidiu ainda. Disse que disciplinas eletivas, oferecidas no plano pedagógico da escola, vão ajudá-la a tomar a decisão correta sobre o seu futuro. “Ano passado eu escolhi estudar Química Forense, Filosofia, etc. Com certeza esse ano vou continuar escolhendo algumas especialidades que têm a ver com os cursos que me interesso, isso vai me guiar”.

 

Diferente da colega, Heverton já se decidiu: quer cursar Ciências Biológicas. Agora o segundo passo é focar nos estudos para conseguir boa nota no Enem. Citou como seu principal aliado o Pós-Médio, um período de aulas que o CEPI Pedro Gomes reserva exclusivamente voltado para o Enem. “Sei que aqui terei uma boa preparação para a prova”, pontuou.

 

Se Heverton voltaria para a escola regular? “De jeito nenhum. Tenho certeza que se fosse para outra escola eu não teria o mesmo rendimento. Quando minha mãe me transferiu para cá eu não queria, pensei que seria cansativo. Mas me adaptei e acho que o modelo da escola é realmente bacana. Para os estudantes que têm alguma dúvida, minha sugestão é que conheçam a escola em tempo integral”.

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