Encontro pedagógico da Seduc Goiás debate ações na Rede Estadual em 2023

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Evento foi realizado em Goiânia nesta segunda-feira (20/03) e teve como convidada especial a socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, ex-presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE)

A polêmica em torno da revogação do Novo Ensino Médio (NEM) foi o tema principal da programação do 1º Encontro Pedagógico da Rede Estadual de Educação, realizado nesta segunda-feira (20/03), em Goiânia.

O evento reuniu coordenadores regionais, assessores pedagógicos e integrantes da equipe do Desporto Educacional e contou com as presenças da secretária Fátima Gavioli; do presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Flávio Roberto de Castro; e da socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, ex-presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Os três se posicionaram contra a revogação do NEM, mas a favor de mudanças. Para Flávio, o momento se mostra propício para um amplo debate sobre o assunto, proporcionando a cada Estado a oportunidade de discutir suas próprias adequações.

O presidente do CEE lembrou que a sociedade e diversas entidades representativas tiveram participação ativa na elaboração das propostas do Documento Curricular (DC/GO) e que, por isso, revogar a lei de criação do NEM é “jogar fora todo um trabalho”. “É necessário fazer adequações, mas há muito de positivo nas mudanças do Novo Ensino Médio”.

Contribuições importantes

A socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, atual presidente da Associação Nacional de Avaliação Educacional (Abave), concorda com Flávio e destaca que o NEM trouxe contribuições importantes para o país. “Se o problema são os itinerários, a parte flexível do currículo, isso é fácil corrigir; mas vai depender do bom senso de quem realmente entende de educação”, frisou.

Ex-presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena avalia que como positiva a decisão do Ministério da Educação (MEC) de abrir um debate nacional, por meio de audiências públicas, para discutir o aperfeiçoamento do Novo Ensino Médio.

Ela defende, no entanto, que essa discussão precisa ser bem orientada em relação a pontos específicos, como a parte dos itinerários formativos e das avaliações, a exemplo de um novo formato para o Ensino Nacional do Ensino Médio (Enem). “Até a aprovação dessa reforma, o Brasil era o único país do mundo que ainda mantinha um modelo único e igual para todo mundo. Partindo desse princípio, o NEM trouxe uma proposta inovadora, mais parecida com o que os demais países já vinham fazendo”.

Retrocesso

A secretária Fátima Gavioli salientou que as políticas públicas de educação precisam ser discutidas desde que estejam bem direcionadas para o que mais importa: evitar e reduzir a evasão no Ensino Médio e garantir uma formação de qualidade para o mundo do trabalho cada vez mais desafiador. 

“A Seduc, Maria Helena e o professor Flávio defendemos o mesmo ponto de vista e consideramos a revogação do NEM um retrocesso. Voltar ao que era antes, sem dúvida, é fomentar a evasão e ter pela frente um cenário com milhões de jovens sem concluir o Ensino Médio e sem desenvolver suas competências, habilidades e capacidades”, projetou.