3ª edição do Bootcamp permite que estudantes explorem habilidades na área da Tecnologia

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Evento realizado pelo Governo de Goiás permitiu que estudantes pensassem sobre inovação e colocassem habilidades em prática

Soluções para organizar a rotina escolar, aplicativos para aprender idiomas, canais para facilitar as compras, e ferramentas para garantir a segurança na Internet. Essas foram algumas ideias apresentadas pelos estudantes da rede pública estadual de Educação e das Escolas do Futuro de Goiás (EFGs) durante a 3ª edição do Bootcamp Low Code.

O evento, realizado pelas Secretarias de Educação (Seduc/GO) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) em parceria com a Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA/UFG), desafiou os jovens a criarem protótipos de aplicativos para problemas existentes em suas escolas e comunidades. A intenção era que os participantes explorassem a criatividade, gerando ideias inovadoras a partir dos conhecimentos adquiridos nos dois dias de evento.

Para alguns estudantes, no entanto, o Bootcamp viabilizou a expressão de habilidades que, muitas vezes, vão além do que é contemplado pelo currículo escolar. É o caso do Murillo Henrique dos Santos, aluno da 2ª série de Ensino Médio do Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Matilde Margon Vaz, de Catalão.

Murillo conta que sempre teve uma afinidade muito grande com os componentes curriculares de Matemática e Física. O interesse por essas áreas do conhecimento era tão grande que, no ano passado, ele decidiu aprofundar seus conhecimentos cursando disciplinas como Cálculo 1 em cursos de extensão on-line.

“Começou com alguns professores meus que perceberam a facilidade que eu tinha em alguns pontos da matéria. Aí eu peguei um livro de Física da 3ª série do Ensino Médio e comecei a estudar. Eu ficava curioso sempre sobre alguns tópicos e começava a estudar em casa. Até que eu conheci um amigo que é formado em Física e ele falou para eu começar cálculo. E eu comecei”, relembra o jovem.

Além da Matemática e da Física, Murillo afirma ter concluído cursos na área de programação, conhecimento que foi bastante útil durante o Bootcamp. Ao lado dos colegas dos Cepis Matilde Margon Vaz e Hermógenes Coelho, o estudante apresentou a proposta de um site capaz de garantir a segurança e a privacidade na tráfego on-line de informações.

“Foi um momento em que conseguimos colocar muita coisa do que a gente aprende no extracurricular, fora da escola, em prática. O tema geral facilitou, porque você pode adquirir conhecimentos de diferentes áreas ao mesmo tempo. Alunos juntos em um grupo, com pessoas diferentes e ideias diferentes conseguem colocar elas em prática e ver o resultado daquilo que você estuda, ver o resultado das coisas que você planeja”, relata o aluno.

Superação

Bryan Silva Freitas, estudante do Cepi Cecília Meirelles, de Aparecida de Goiânia, parece ter vivido experiência semelhante à de Murillo.

O jovem, que é autista, narra que chegou sem muitas expectativas no evento, mas que, com o decorrer do processo, conseguiu explorar suas habilidades nas áreas de Robótica e programação.

“A gente chegou aqui e viu as palestras, tudo muito interessante. Eles nos comunicaram algumas coisas, deram uma inspirada na gente. A gente conseguiu reunir com o grupo da outra escola e teve a ideia de um aplicativo para ajudar na comunicação entre escola e alunos e dos alunos com os professores”, descreve o garoto, que está na 3ª série do Ensino Médio.

Para a professora Lilian Rodrigues Rios, que acompanhou a equipe do Cepi Cecília Meirelles no evento, a experiência no Bootcamp gerou frutos para os estudantes que ultrapassam o aprendizado.

“Foi um momento muito rico tanto na parte de construção do conhecimento, que é novo para eles, quanto nessa parte da interação com estudantes de outros Cepis. Pensar um aplicativo próprio para o Cepi, pensarem juntos essa realidade, as dificuldades que o Cepi vivencia e como que esse aplicativo contribuiria com o dia a dia da escola deles... De fato, foi um momento, para mim, muito rico”, conclui a professora.