Há mais de 30 anos na rede estadual, professora de Matemática é inspiração para alunos e ex-alunos
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Andréa Rosa é um exemplo de que lecionar vai além de lições teóricas; é ter vocação, carisma e conexão com os estudantes
Natural de Urutaí, Andréa Rosa de Souza Assis é professora de Matemática no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Augusto Monteiro de Godoy, em Pires de Rio. Segundo ela, a profissão a escolheu e faz parte de sua vida. Conforme conta, quando ainda estava no 9º ano, a gestora do curso técnico em Magistério a convidou a fazê-lo. “Fiz (o curso), me apaixonei e hoje amo dar aulas. Acredito que não decidi ser professora – queria ser médica –; o destino me condicionou a percorrer esse caminho”.
Andréa, que é graduada em Matemática, trabalha há 33 anos na rede pública estadual de Educação e enxerga o exercício de sua profissão de forma positiva e prazerosa. “No trabalho estamos sempre desenvolvendo o aprendizado, o que é muito gratificante. E para mim é muito importante também focar em aprender coisas novas, que não estejam relacionadas à vida profissional”.
“Dedico parte do meu tempo para aprender novidades de forma prazerosa, seja em aulas de dança, línguas ou até com palavras cruzadas, pois, quando existe equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, não é apenas o indivíduo que sai ganhando”, afirma a professora Andréa.
Inspirando Matemáticos
E, com certeza, não é só a professora que sai ganhando. Fortemente influenciado por ela, Vinícius Dutra acabou por seguir os passos de Andréa e se graduou em Matemática pelo Instituto Federal Goiano/Campus Urutaí, além de ter alcançado recentemente o grau de mestre na área pela Universidade Federal de Catalão (UFCat). Andréa foi sua professora em 2012, no 9º ano do Ensino Fundamental, no Colégio Estadual Dr. Vasco dos Reis Gonçalves, em Urutaí.
“Ela era uma das poucas professoras de Matemática [da cidade] que possuía graduação na área, e não é para menos: muito inteligente, paciente, tinha boa didática, sempre mostrava aplicações do conteúdo, sabia muito bem controlar a sala sem ser autoritária”, afirma o ex-aluno de Andréa.
De acordo com Vinícius, foram muitas as contribuições da sua professora à sua vida profissional. “Foi uma professora exemplar que me inspirou muito a seguir o mesmo caminho na Matemática. Suas contribuições foram significativas e moldaram minha jornada profissional, e sou imensamente grato por ter tido a oportunidade de aprender com ela naquela época crucial de minha formação”, destacou Vinícius.
“¿Listo, chicos?
Em relatos de alunos e ex-alunos, o bom humor e a forma única de lecionar da professora Andréa sempre foram pontos fortes em suas aulas. Conhecida por falar até em espanhol com os alunos, Andréa também já teve passagens em disciplinas de línguas estrangeiras. “¿Listo, chicos?”, “pronto, meninos?”, em português, era uma de suas frases inconfundíveis, lembra a irmã de Vinícius, Vívian Dutra, atualmente nutricionista, mas que também é ex-aluna da professora. “Ela sempre perguntava assim para saber se a gente já tinha terminado os exercícios”, afirma.
“A Andréa não gostava de transparecer uma imagem de professora durona, de professora em cima e aluno embaixo, como uma hierarquia. Suas aulas eram leves, ela conseguia dar a matéria toda, tanto que a gente via a apostila todinha no ano todo. E, ainda ela conseguia captar a atenção de todo mundo, ninguém na aula dela pegava o celular, dispersava com outra coisa”, comenta a ex-aluna.
Andréa afirma que aborda diversas metodologias ativas em suas aulas: aula expositiva dialogada, aprendizagem entre pares ou times, sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problema. “Também utilizo jogos para um aprendizado com entretenimento”, conta a professora.
“Ela fazia aquele aluno que não prestava atenção em aula, que tinha dificuldade, conseguir captar, moldando a aula para ajudar realmente o aluno e fazer com que nós, colegas, aprendêssemos a ajudar uns aos outros também”, complementa Vívian. (Texto: Amanda Dutra – Comunicação Setorial – Seduc/GO)