Governo de Goiás mantém a suspensão de aulas presenciais e evita a circulação de 530 mil estudantes

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Medida visa reduzir a exposição de crianças, jovens e profissionais da Educação ao coronavírus

O Governo de Goiás, com base na nota técnica nº 11/2020 da Secretaria de Estado da Saúde (SES), decidiu manter a suspensão das aulas presenciais na rede pública estadual de ensino e retomar o regime especial de aulas não presenciais até o dia 31 de agosto. A medida visa restringir o fluxo de pessoas nas cidades, em especial das crianças, e reduzir o número de contágios no estado. Em Goiás, 3.859 crianças e jovens entre 0 e 19 anos já foram diagnosticados com Covid-19.

No dia 23 de julho, o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para o Novo Coronavírus (COE-nCov) da SES já havia recomendado a prorrogação da suspensão das aulas presenciais até o final de agosto. Em nota, o COE informou que a decisão “se fundamentou no aumento de casos da Covid-19 no Estado, que ainda torna inseguro o retorno dos estudantes e professores, neste momento”. A intenção é que, na segunda quinzena de agosto, a equipe do centro se reúna para discutir uma possível retomada para o mês de setembro.

Com a decisão do Governo de Goiás em manter a suspensão, os estudantes da rede estadual devem permanecer em regime especial de aulas não presenciais, implantado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) em março deste ano. As aulas remotas, aprovadas pelo Conselho Estadual de Educação (CEE), devem ser retomadas após o fim do período de férias e devem prosseguir ao longo de todo o mês de agosto.

Para a superintendente de Ensino Médio da Seduc, Osvany Gundim, cabe aos sistemas de ensino buscar a adoção de medidas para que, no mínimo, sejam reduzidos os reflexos negativos que possam surgir com a suspensão das aulas presenciais. Para ela, o momento atípico exige decisões “no intuito de proporcionar condições para a continuidade do processo de ensino, de modo que os estudantes mantenham o vínculo com o ambiente escolar, mesmo que seja pelos canais remotos”, afirma.

Aulas não presenciais

No primeiro semestre deste ano, com a adoção do regime especial de aulas não presenciais, a rede estadual de ensino de Goiás desenvolveu diferentes estratégias para atender as realidades dos estudantes. Aulas remotas, televisionadas e a distribuição de atividades impressas foram algumas das ferramentas que a Seduc desenvolveu, junto a professores e equipes pedagógicas, para garantir a continuidade do ano letivo.

No Portal NetEscola, por exemplo, professores e estudantes dos ensinos Fundamental e Médio têm acesso a uma série de conteúdos e atividades de todos os componentes curriculares. Apenas dois meses após a sua implantação, o portal atingiu 3 milhões de acessos, o que representa uma média de 4.584 acessos por dia.

Para a superintendente Osvany Gundim, a disponibilização dessas atividades não presenciais, mediadas ou não por tecnologias digitais da informação e comunicação, por meio de plataformas online, videoaulas, redes sociais, blogs, televisão, rádio e material impresso com orientação pedagógica, tem sido essencial para evitar lacunas na aprendizagem e, até mesmo, a evasão escolar.

Protocolo de retorno

A Seduc, junto aos demais órgãos da Educação de Goiás, elaborou o Protocolo de Retorno às Atividades Presenciais na Educação Básica de Goiás. O documento, que norteará a estruturação dos planos de retorno de todas as redes de ensino, traz direcionamentos para quatro dimensões de atuação: Protocolos de Segurança, Organização Administrativa, Organização do Trabalho Pedagógico e Protocolos de Comunicação.

No início do mês, o protocolo foi submetido à análise do Centro de Operações de Emergências (COE) do Estado de Goiás. O objetivo é que o documento seja aprovado e atenda às exigências dos órgãos de saúde, estando pronto para ser aplicado assim que for autorizada a retomada às aulas presenciais.

Paralelo a esta ação, a Seduc está estruturando as diretrizes que nortearão as ações desenvolvidas no retorno das aulas presenciais na rede estadual, de modo a garantir a segurança e o bem-estar dos servidores e estudantes. Segundo Osvany Gundim, que integra o Comitê de Crise, a proposta “vislumbra possibilidades de retorno gradual das atividades escolares, com acolhida educativa contemplando estudantes, professores e pais/responsáveis, seguindo, rigorosamente, os protocolos de saúde e higiene”.