“Falta livro e sobra livro” – coordenador do FNDE enfatiza importância do remanejamento de livros na rede estadual
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Assunto foi abordado
em capacitação do FNDE na Seduc, nesta segunda-feira (11/3), com CREs e redes
municipais de ensino de Goiânia e Senador Canedo
Coordenadores regionais de Educação, assessores
pedagógicos e tutores da rede estadual de ensino participaram, nesta
quarta-feira, de uma capacitação sobre o Programa Nacional do Livro e do
Material Didático (PNLD). No encontro, foram repassadas orientações a respeito
da adesão ao programa, escolha de livros nas escolas, remanejamento,
solicitação de reserva técnica e doação de obras.
As equipes técnicas das redes municipais de ensino de
Goiânia e Senador Canedo também participaram do evento, realizado pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na sede da Secretaria de Estado
da Educação (Seduc), em Goiânia.
O PNLD é um programa que
adquire e entrega obras didáticas, pedagógicas e literárias para escolas
públicas de educação básica - das redes federal, estadual, municipal e
distrital - e instituições de educação infantil comunitárias, confessionais ou
filantrópicas conveniadas com o Poder Público.
O coordenador de Logística e Distribuição dos
Programas do Livro Didático do FNDE, Silvério Morais da Cruz, enfatizou o papel
das secretarias estaduais e municipais de Educação na entrega de livros
didáticos para os alunos. “Não é um programa federal, é um programa nacional
onde vocês todos são atores participantes do PNLD”.
Responsabilidade
das secretarias
Como explicou o coordenador, as secretarias são
responsáveis por aderir ao PNLD, garantir o efetivo remanejamento das obras
entre as unidades da rede e verificar a real necessidade das unidades que
solicitam mais livros (reserva técnica).
Isso porque, segundo Silvério, somente as secretarias
têm condições, por estarem mais próximas das escolas, de gerenciar o
remanejamento e garantir a equivalência entre a demanda e a solicitação de
livros das unidades.
Reserva
Técnica
Somente depois da realização do remanejamento é que a
solicitação de obras da reserva técnica é uma solução, afirmou o coordenador.
“A reserva técnica foi criada, essencialmente, apara atender novas turmas e
novas escolas não computadas no Censo Escolar. Evidentemente, a gente acaba
atendendo um aluno que chegou a mais, ou uma devolução que não foi suficiente”.
“A forma mais célere de resolver é o remanejamento.
Porque reserva técnica, compra de novos livros, tudo isso, é muito mais
demorado. Muitas vezes o livro está ali do seu lado e é um pecado ver que em
uma escola está faltando livro, e na escola vizinha está sobrando.
Remanejamento
“É preciso fazer essa troca”, afirmou o coordenador a
respeito do remanejamento de obras dentro da rede estadual. “Sobra livro e
falta livro. A gente tem que trabalhar isso antes para depois sair procurando
livro em outros lugares. Tem escolas que têm 20 alunos no 2º ano e pedem 40
livros. Se alguém não fizer um filtro, a gente vai entregando livro sem
necessidade. As secretarias, com zelo, checam detalhadamente quantos livros as
escolas recebem e quantas matrículas têm ali”, explicou.
Conservação
e devolução
Outro papel das secretarias e também das escolas, como
ressaltou o coordenador, é incentivar os alunos a conservarem bem os livros
didáticos e devolvê-los para a escola no final do ano.
Cada aquisição de livros didáticos - seja ela para a
Educação Infantil, Ensino Fundamental I, II ou Ensino Médio – tem a duração de
um ciclo de 4 anos. Somente ao final desse ciclo é que novos livros são
escolhidos e adquiridos pelas escolas. Dentro do ciclo, porém, os livros são
reutilizáveis.
“O livro é da escola, que o cede temporariamente ao
aluno e, ao final do ano, ele devolve o livro, que fica de posse da escola. O
livro não é do aluno, não é sua propriedade”, explicou o coordenador. Silvério
fez a observação, porém, de que ao final do ciclo o livro pode ser doado para o
aluno ou para organizações filantrópicas.
Sobre a campanha de conservação de devolução de livros
didáticos, o coordenador citou o exemplo de uma diretora que entregava livros
bem conservados para alunos que devolviam livros nessa mesma condição.
“Quando aquele aluno me entrega um livro bom, eu
entrego um livro bom para ele. Quando ele traz um livro todo arrebentado, eu
entrego um livro ruim para ele também. Esse é um artifício que alguém encontrou
ali. Mas cada um vai encontrar a sua maneira”, ponderou. O importante é que as
escolas reforcem a necessidade de devolverem os livros didáticos em bom estado,
frisou.
“As escolas devem promover campanhas, sim. Tem escolas
que fazem campanhas, no começo, no meio e no fim do ciclo. Mas tem escolas que
não. Elas dizem: ‘Ah, eu vou pedir para eles devolverem, se não devolverem,
tudo bem”, criticou. A meta do FNDE de devolução de livros ao final do ciclo é
de 90%.