Governo de Goiás nomeia primeiro diretor quilombola Kalunga em Escola Estadual
- Detalhes
Gestor integrará equipe da Coordenação Regional de Educação de Campos
Belos, responsável por 5 escolas Kalunga e suas extensões
O Mestre em Educação do Campo,
professor Adão Fernandes da Cunha, será o primeiro diretor quilombola a
integrar a equipe da gestão das escolas Kalunga junto à Coordenação Regional de
Educação (CRE) de Campos Belos. A nomeação, inédita na Rede Estadual de Educação
de Goiás, foi realizada pela secretária da Educação de Goiás, Fátima Gavioli,
durante uma reunião com representantes da Associação Quilombo Kalunga,
professores, pais e alunos.
A participação da comunidade na
escolha dos gestores das unidades escolares Kalungas era uma das demandas,
apresentadas em reunião na última sexta-feira (07/02). Com auxílio da equipe da
Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais da Secretaria de Estado
da Educação (Seduc) e da coordenadora regional Natalícia dos Santos Pereira, os
representantes comunicaram à vontade à secretária da Educação, que prontamente
atendeu ao pedido e propôs a escolha de um novo diretor.
Para a gerente de Educação do
Campo, Quilombola e Indígena, Valéria Cavalcante da Silva Souza, a nomeação é
um marco histórico para a educação Kalunga. “É a oportunidade para eles (povo
Kalunga) se fortalecerem e mostrarem que têm a condição de assumir a educação.
Uma educação quilombola que, muitas vezes, outras pessoas fazem por eles” –
afirma a gerente.
Ao todo, 5 escolas quilombolas
Kalunga são atendidas pela regional de Campos Belos e estarão sob a gestão do
novo diretor, sendo elas: Escola Estadual Calunga I, no município de
Cavalcante; Escola Estadual Reunida Calunga II, Escola Estadual Calunga IV e
Escola Estadual Calunga V, em Monte Alegre de Goiás; e Escola Estadual Calunga
III, em Teresina de Goiás. Em cada uma delas, há extensões que também são
atendidas pela CRE.
Próximas demandas
Apesar da nomeação, os
representantes da comunidade escolar Kalunga têm outras demandas a serem
atendidas. Uma delas, de acordo com o técnico pedagógico da Gerência de
Educação do Campo, Quilombo e Indígena, Francisco Alves Barbosa, é a tornar a
gestão mais próxima às unidades escolares.
Segundo dados da Superintendência
de Modalidades e Temáticas Especiais da Seduc, para chegar à Escola Estadual
Calunga I, localizada no município de Cavalcante, o gestor precisa percorrer
cerca de 240km. A distância representa um dos desafios a serem enfrentados pelo
novo diretor, já que este estará lotado na cidade de Campos Belos.
A proposta para a criação de
unidades gestoras nos municípios que abrigam escolas quilombolas chegou a ser
apresentada no encontro com a secretária, mas, por inviabilidades legislativas e
de pessoal, não pode ser atendida. A demanda, porém, está sendo analisada pela
equipe da Seduc e deve estar na pauta das próximas reuniões. (Comunicação Setorial da Secretaria de
Estado da Educação)