Recurso tecnológico permite criação de rotas inteligentes com menor custo e em menos tempo

Planejar rotas e calcular custos de viagem, tendo em

mente a quantidade de alunos residentes na zona rural, a localização da escola,

a malha rodoviária, a distância a ser percorrida e o tempo disponível. Tudo

isso são variáveis do transporte escolar, administrado pela Secretaria de

Estado da Educação (Seduc) em cooperação com as prefeituras de Goiás.

Com o objetivo de conhecer melhor essas variáveis e

obtê-las de forma automatizada, o Governo de Goiás decidiu aderir ao sistema de

informação desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A

novidade foi apresentada pelo professor Marcelo Porto nesta quarta-feira

(11/12) para a secretária Fátima Gavioli e equipe.

O professor do Departamento de Engenharia de

Transportes e Geotecnia da UFMG mostrou como o sistema funciona e compartilhou experiências

em execução em Minas Gerais e no Espírito Santo, estados que já aderiram ao

sistema. Estavam presentes, no encontro, representantes da Associação Goiana de

Municípios (AGM), da Federação Goiana de Municípios (FGM), da União Nacional

dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime-GO) e do Tribunal de Contas do

Estado (TCE).

O professor explicou que o sistema de informação

necessita de um banco de dados para funcionar, com informações fornecidas pelo

Estado e pelos municípios, como o número de alunos, a localização das escolas e

das residências dos estudantes, a malha viária, o horário de aula, etc.

Rotas

mais econômicas

Marcelo Porto frisou também que, muitas vezes, o

sistema traça rotas mais econômicas do que aquelas executadas atualmente pelos

municípios. Isso porque o banco de dados permite ao sistema interpretar

possibilidades e calcular diferentes modelos de viagens, para selecionar o mais

viável. Como exemplo, o professor citou casos em que prefeituras puderam

diminuir o número de veículos sem prejudicar os estudantes atendidos pelo

transporte escolar.

A secretária de Educação, Fátima Gavioli, ressaltou a

importância de um sistema de informação na área do transporte escolar para

mapear a região e servir de parâmetro: “Há muito tempo estamos sentindo falta

desses estudos na Seduc. A intenção é ter um laudo. Precisamos de um documento,

porque hoje não temos nenhum parâmetro”, advertiu.

O superintendente de Gestão Administrativa da Seduc,

Ademar Rodrigues Júnior, afirmou que, a partir de 2020, pretende realizar todas

as licitações da área do transporte escolar com base nas diretrizes desse sistema.

A intenção é otimizar custos sem perder qualidade.

Sobre o uso do sistema pela Seduc e por outros estados

brasileiros, o professor Marcelo Porto defendeu que o papel da universidade é

trazer para a sociedade as suas pesquisas, o investimento que é feito nela,

levar mais ciência e dar mais respostas às demandas da sociedade.