Fica 2018 - Mostra Infantil com Audiodescrição insere deficientes visuais no mundo do cinema
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O Centro de Apoio Pedagógico aos Deficientes Visuais (CAP) – Seduce/Cebrav promoveu a Mostra Infantil com Audiodescrição na sexta-feira do Fica 2018. Foram exibidos seis curtas. O Cine Cora Coralina da UEG esteve lotado de crianças de todas as idades durante a sessão. As duas primeiras filas do auditório foram preenchidas por crianças com alguma deficiência visual.
A Audiodescrição ajuda os deficientes visuais a apreenderem o que passa na tela, por meio de um áudio que detalha as imagens que passam no filme. Luciano Mendonça e Graciela Mendonça, pai e mãe de Ana Júlia Mendonça, de 8 anos, vieram de Santo Antônio de Goiás para assistir à mostra. É a primeira vez que Ana Júlia, que não enxerga desde que nasceu, assiste a um filme com Audiodescrição no cinema, mas já havia escutado filmes assim em casa.
Sarah Mendes, também de 8 anos, veio de Goiânia com a mãe Joana D’arc Mendes. Ela tem baixa visão e foi a sua primeira vez em uma sessão com Audiodescrição. Por isso, estava ansiosa para a experiência.
Mariza Eugênia, diretora do Cebrav, que organiza a mostra em parceria com a Seduce, ressalta a importância dessa ferramenta. “É muito bom, a partir disso a gente forma plateia e eles vão criando gosto pelo cinema”, explica.
O primeiro filme exibido foi Plantae, de Guilherme Gehr, que mostra, de maneira poética e fantasiosa, as consequências do desmatamento. Depois, as crianças assistiram a O Malabarista, de Iuri Moreno, também exibido na Mostra ABD e na Mostra Competitiva, que retrata o cotidiano de um malabarista de rua.
A Câmera de João, de Thoti Cardoso, foi o terceiro curta exibido. O menino João, apaixonado por fotografia, encanta-se com as histórias do avô com as fotos e se aventura com uma câmera Polaroid. Depois, as crianças assistiram a Historietas Assombradas (para Crianças Malcriadas), de Victor-Hugo Borges, sobre uma avó, que conta histórias de terror para a neta levada e difícil de assustar, que só dorme ouvindo história. As histórias são inspiradas no folclore brasileiro.
A Bruxinha Lili, de Leonardo Copello, seguiu a exibição, contando a história de Lili, uma menina que fazia muitas perguntas difíceis e desconcertantes aos adultos. Depois, exibiu-se Juro que Vi: Matinta Pereira, de Humberto Avelar, em que um gato e uma menina descobrem um lado do pássaro assustador Matinta Pereira que ninguém conhecia.
As risadas e as palmas, acompanhando as trilhas dos filmes, marcaram a exibição. A menina Ana Júlia disse que adorou os filmes e confessou: “Gostei mais do da bruxinha”. A diretora Mariza Eugênia agradeceu as parcerias e encerrou a mostra no fim da manhã.