Projeto Classe Hospitalar promove inclusão social no HDS

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Diagnosticada com hanseníase aos 14 anos, Messias Pereira dos Santos foi internada, compulsoriamente, na antiga Colônia Santa Marta onde ficou isolada de sua família e amigos. Hoje, aos 53 anos, Messias continua sendo moradora no, agora, Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS). Apaixonada pelo estudo, ela conseguiu realizar dois sonhos na instituição, o de voltar para a sala de aula e o de poder trabalhar.

 

Através do projeto Classe Hospitalar, da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Messias e outros pacientes do hospital tiveram a oportunidade de continuar os estudos, conhecer as letras e os seus significados. Messias frequenta as aulas na Classe Hospitalar há quatro anos e hoje é a monitora da turma. Com seu jaleco da Seduce, ela é a “funcionária” do projeto. “Eu que organizo a sala de aula e ajudo a professora. As aulas são boas demais. Não gosto dos finais de semana porque não temos aula”.

 

As aulas, com duração de quatro horas, são de segunda a sexta-feira. A professora do projeto, Márcia Marques de Paula, é contratada pela Secretaria Municipal de Educação de Senador Canedo que se juntou ao projeto no HDS. Com 19 anos de sala de aula, Márcia afirma que “trabalhar com os pacientes é engrandecedor”. Todos os alunos também são matriculados na rede municipal de ensino de Senador Canedo.

 

Ilaci de Moraes Cidra, de 59 anos, faz tratamento no HDS e frequenta as aulas há dois anos. Ela gostou tanto de conhecer o mundo das letras que acabou levando o esposo, Francisco Cidra, de 68 anos para participar do projeto. Para o seu Francisco, “a maior pobreza do homem é ser analfabeto. Por isso quero ser rico, o que para mim é um dia saber ler e escrever meu nome”.

 

Dona Geli Pereira Marques, de 70 anos, começou a estudar em uma escola convencional (EJA), mas sem sucesso, sentia-se incapaz de aprender. Com déficit cognitivo, ela encontrou na Classe Hospitalar o prazer da escrita e da leitura. “Em uma consulta com meu médico geriatra aqui do HDS ele me encaminhou para o projeto. Hoje sou muito feliz, pretendo estudar aqui até quando me permitirem. Já sei escrever meu nome e amo minha professora”.

 

Classe Hospitalar no HDS

Implantado em junho de 2014 no Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS), o projeto Classe Hospitalar já beneficiou vários pacientes do hospital. A supervisora de reabilitação psicossocial do HDS, Cledma Pereira Ludovico de Almeida, conheceu o projeto da Seduce no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER) e foi a responsável pela implantação no HDS.

 

“Durante os atendimentos aqui no HDS identificamos nos nossos pacientes a necessidade de apoio educacional. A iniciativa Classe Hospitalar já existia, mas sempre voltada para crianças e adolescentes. Resolvemos inovar e atender os adultos que são pacientes do hospital”.

 

Para conseguir implantar o projeto no HDS foi preciso uma parceria com a secretaria municipal de educação de Senador Canedo. Todos os alunos são matriculados na rede pública e realizam avaliações aplicadas pela professora do projeto.

 

“Temos muito orgulho do Classe Hospitalar. Para muitos de nossos pacientes, o projeto significa a oportunidade de uma vida melhor e mais feliz”, finalizou Cledma.

 

Colônia Santa Marta

Fundada na década de 30 em Goiânia, a Colônia Santa Marta, localizada no Senador Canedo, era uma instituição criada pelo Governo do Estado para o isolamento e tratamento de pessoas acometidas pela hanseníase. Na época, o local era conhecido como leprosário.

 

Em consequência da nova política de atenção aos portadores de hanseníase, e de diretrizes nacionais de desospitalização para estes pacientes, em 1983 A Colônia Santa Marta foi transformada em Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS Santa Marta).

 

Em dezembro de 2013, a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (AGIR) assumiu a gestão do hospital. Atualmente, o HDS é uma unidade de atendimento ambulatorial e hospitalar de média complexidade com objetivo de prestar assistência gratuita aos usuários do SUS. A unidade oferece também atendimento aos ex-pacientes da extinta Colônia Santa Marta.

 

Comunicação SES-GO

 

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