Fica 2018 - Sussa e a pintura corporal Tapuia chamam a atenção na Tenda Multiétnica

Detalhes

A comunidade quilombola Kalunga apresentou a Sussa na Tenda Multiétnica do Fica 2018 nesta quarta-feira (06). As meninas quilombolas rodavam suas saias no centro da tenda, enquanto um grupo tocava a batida da Sussa, dando o ritmo à dança. Instrumentos como o rabo da onça, a viola, pandeiros de couro, atabaque e a bruaca unem-se para fazer a batida que faz as saias e girarem na dança tradicional do povo Kalunga.

“A Sussa é especial, porque carrega a memória do nosso povo”, explica João Francisco Maia, o violeiro do grupo que veio da Região 2 dos Kalungas, em Cavalcante – Goiás. Segundo ele, a dança surge na época da escravidão, quando os negros tinham um fim de semana no mês para festejar e, como não podiam treinar capoeira, começaram a dançar a Sussa. Ele explica, também, que ela varia de acordo com a região em sua comunidade. “A Sussa que o povo da minha região dança é menos acelerada, já a da região vizinha, que é o Vão das Almas, é bem mais acelerado”, detalha.

João explica, também que, na Sussa, dançam tanto homens como mulheres. Ana Paula, uma das dançarinas da apresentação feita no Fica, conta que dança desde os 8 anos de idade e que a Sussa está presente na sua vida desde sempre. “Eu gosto muito de fazer parte, porque é um pedaço da nossa cultura e carrega um pouco da nossa história”, explica.

Ana Paula – Kalunga

Trazer essa cultura para o maior festival de cinema ambiental do país é muito gratificante para João. “Mostra que a memória da comunidade ainda está viva e é bom vê-la sendo valorizada”, afirma. Durante a apresentação no festival, eles chamaram crianças que os assistiam para dançar também. Meninos e meninas aplaudiam, pisavam e rodavam conforme a batida mandava, guiados pelas dançarinas de Sussa.

João Francisco Maia

A Tenda

Além dos Kalunga, outros povos participam da Tenda Multiétnica. Os Tapuias, Karajás, Ava Canoeiro, Tapirapés, Ciganos, Chavantes e camponeses compõem a tenda. Os Tapuia chegaram na tarde de quarta-feira já chamando a atenção para as pinturas corporais.

A principal pintura da cultura Tapuia é o Jabuti, que representa força. Mas ainda há outros animais que representam os traços da pintura Tapuia, com significados diversos. Para Cleiton Tapuia, pintor da aldeia, é uma felicidade participar do Fica. “É muito emocionante trazer a nossa cultura para cá”, descreve.

 

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