A gestora cultural Flávia Safadi, a produtora Claudinha Fernandes e o VJ Paulinho Pessoa dividiram conhecimentos com os participantes do TeNpo 2017 na tarde desta sexta-feira, 17 de novembro. O objetivo do encontro era compartilhar experiências, apresentar relatos de trabalhos com resultados positivos e que poderiam servir como inspiração para outros profissionais, além de esclarecer dúvidas de quem já atua ou tem interesse em desenvolver ações no segmento cultural. Foram discutidos os temas: gestão de projetos direcionados à cultura, produção teatral e cenografia virtual.

Em sua fala, Flávia Safadi apresentou as etapas de elaboração de um projeto direcionado à captação de recursos para ações culturais. De acordo com a gestora, o passo a passo básico para o desenvolvimento de uma boa proposta inclui inicialmente a resposta a três perguntas importantes: “o quê?” “onde?” e “para quem?”. Também é preciso delimitar os objetivos, propor uma justificativa consistente, descrever as etapas a serem realizadas no momento de execução do projeto, apresentar uma planilha de custos, um plano de distribuição explicitando se haverá cobrança de ingressos, por exemplo, e, ainda, uma ficha técnica com os nomes, currículos e cartas de anuência dos envolvidos na realização.

Entre as dicas que a gestora cultural ofereceu aos participantes do encontro está a valorização do item “democratização do acesso” ou “acessibilidade”. De acordo com Flávia Safadi, nem sempre esse aspecto aparece de forma explícita nos formulários disponíveis para quem busca captar recursos, sejam eles privados ou públicos. Entretanto, esse é um elemento importante a ser planejado e que pode ser diferenciador de uma proposta em sua fase de avaliação.

Já Claudinha Fernandes compartilhou experiências pontuais de seus mais de 20 anos de carreira na produção cultural em Goiás. Em sua exposição, a produtora mencionou principalmente alguns trabalhos que realizou para a Cia. de Teatro Sala 3 como a estreia do espetáculo Anjo Negro, contemplado com o Prêmio Funarte Nelson Brasil Rodrigues – 100 Anos do Anjo Pornográfico. Entre os conselhos oferecidos pela profissional estão: “Seja um produtor curioso!”, “Faça check-list de tudo” e “Não se esqueçam: independentemente do tamanho, tem evento, tem produção!”.

Paulinho Pessoa apresentou um pouco do universo da projeção mapeada para os participantes do encontro. Segundo o profissional, o mapping e a cenografia virtual tem ganhado espaço na produção cultural, mas ainda precisam ser melhor explorados por quem atua nesse segmento. O convidado apresentou trabalhos realizados em espetáculos teatrais voltados para a Semana Santa, mas também musicais e especiais natalinos. Ao final, Paulinho enfatizou um aspecto que julga ser um dos mais importantes para quem tem interesse em apostar nessas possibilidades no teatro: “Esses recursos não vieram para substituir o ator, mas sim para somar”.