Segundo dia de palestras do I Seminário de Educação Infantil aborda políticas públicas e desenvolvimento social

Detalhes

Especialistas defendem a responsabilidade da família na promoção do crescimento infantil

Políticas públicas para a Educação Infantil, qualidade e desenvolvimento social e saúde da criança foram os temas abordadas na manhã desta sexta-feira, 18/8,  o segundo dia do I Seminário Internacional sobre Educação Infantil, promovido pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). O evento, que termina na noite desta sexta-feira,  no Hotel San Marino, em Goiânia, reúne prefeitos e secretários dos municípios que participam do desafio de promover o acesso à Educação Infantil, uma iniciativa da Seduce dentro do Programa Goiás Mais Competitivo e Inovador(GMCI) do Governo de Goiás.

A primeira palestra do segundo dia do seminário foi ministrada pela coordenadora geral de Educação Infantil do Ministério da Educação, Carolina Helena Micheli Velho (foto destaque), que abordou políticas públicas para a Educação Infantil. A coordenadora, que representa o ministro da Educação Mendonça Filho, frisou que Goiás tem grandes desafios pela frente como investir na qualidade do ensino, aumentar o número de vagas, reduzir as desigualdades, criar novas formas de relação entre público e privado e financiar a Educação Infantil.

A secretária Raquel Teixeira informou que o Governo de Goiás oferece o cheque comunitário para a construção de creches, e que alguns gestores estão pedindo esse recurso para acoplar essa creche a uma unidade escolar de Ensino Fundamental. “Para eles, é melhor ampliar do que construir. A preocupação é se o governo federal consegue enviar recursos para manter essa creche”, disse Raquel.

“Infelizmente, o recurso está minguando. Por isso é importante que os secretários e prefeitos também façam junto, à Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e ao Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) colocações para garantir recursos. Essa ajuda do governo estadual para iniciar a ampliação até que venha o Fundeb é imprescindível”, respondeu Carolina, que citou alguns projetos como o Brasil Carinhoso e o ProInfância.

Ela ainda falou sobre as ações da escola na formação de uma cultura letrada e o fortalecimento parental. “A cultura da leitura e práticas de alfabetização precisam estar presentes dentro das unidades educacionais. Os pais precisam ser estimulados a interagir não só dentro de casa, mas também nos espaços escolares”, finalizou.

Amor e carinho

A segunda palestrante da manhã foi da diretora da Escola de Educadores de São Paulo, Beatriz Mangione Sampaio Ferraz ( na foto junto com a tradutora de sinais Gessilma Dias) , com o tema Educação Infantil: Qualidade e desenvolvimento Social.

Beatriz explicou que três níveis de estresse impactam fortemente no desenvolvimento da criança: estresse positivo – susto ou uma leve frustração; estresse tolerável - dificuldades mais severas e longas, uma perda ou separação, e estresse tóxico – que pode perturbar a construção do cérebro e outros sistemas corporais. “Esse último é comum em ambientes vulneráveis e a escola deve estar atenta para não perpetuar isso. Isto deve ser feito dando atenção, amor e carinho para a criança e estimulando essa prática na família”, defendeu.

A diretora apresentou um quadro em que apenas 51% das crianças são levadas ao pediatra regularmente, 19% delas brincam e passeiam, 18% recebem atenção dos adultos e 12% recebem carinho e afeto. “As crianças dependem de uma interação qualificada para sua sobrevivência. Nós estamos no limite do inadequado e precisamos avançar na garantia de direito das crianças, que é a educação com qualidade e engajar, dar suporte emocional para que ela cresça sabendo que pode ser quem quiser”, afirmou.

Ainda durante a palestra, Beatriz relembrou o Plano Nacional de Educação, que inclui na Meta 1 ‘universalizar a educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches de forma a atender no mínimo 50% das crianças de até três anos’. “A educação infantil vai fazer uma grande diferença na vida dessas crianças, estimulando instituições que promovam o desenvolvimento de cada uma”, finalizou.

O I Seminário Internacional sobre Educação Infantil: Caminhos e Conhecimentos para o Desenvolvimento da Primeira Infância  é uma iniciativa da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o Ministério da Educação (MEC).

Leia também:

Pesquisas revelam que investimentos em primeira infância contribuem para crescimento econômico

Especialistas apontam que educação infantil é essencial para reduzir desigualdades

"O que Goiás está fazendo pela Educação Infantil deve ser copiado por outros estado", diz Paes de Barros

Goiânia, 18 de agosto de 2017.

Comunicação Setorial da Seduce