Colégio estadual inaugurado por governador Caiado, em Silvânia, faz homenagem a grande educador
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Instituição de ensino funcionou por quase 50 anos em sedes provisórias. Professor que dá nome à escola é personalidade muito querida e admirada na cidade
O novo colégio da rede estadual inaugurado pelo governador Ronaldo Caiado, em Silvânia, nesta segunda-feira (24/5), faz justa homenagem a uma das personalidades mais queridas e admiradas da cidade: José Pascoal da Silva. Ele foi jornalista, professor e comerciante.
Embora tenha falecido muito jovem, aos 33 anos de idade, José Pascoal teve uma atuação marcante, sobretudo na educação. Começou a lecionar aos 16 anos e suas aulas chamavam a atenção por serem divertidas e inovadoras. A disciplina escolhida por ele foi Língua Portuguesa.
“Ele era muito criativo e suas aulas muito dinâmicas. Costumava fazer músicas para ensinar os conteúdos”, lembra a professora Alba Stefânia Silva Batista, filha de Rubens Vieira da Silva, um dos três irmãos de José Pascoal. Ex-alunos do querido professor reforçam o depoimento de sua sobrinha.
“Ele uma pessoa admirável, além de muito sábio. Despertava em nós o interesse pelo aprendizado da Língua Portuguesa com maestria. Ficava fascinada por seus conhecimentos e ele nem usava os livros didáticos”, afirma a ex-aluna Edilene Aparecida de Carvalho Assis.
Edilene foi uma das alunas da turma de Contabilidade no Colégio Estadual Moisés Santana. Estudou com José Pascoal dos 15 aos 18 anos, na década de 1970. “Ele foi um meteoro na vida de muitos jovens silvanienses. Passou rápido, despertou saberes e foi brilhar em outras paragens”, diz.
Mesma opinião tem Luzo Gonçalves dos Santos. “Tive a honra de ter sido aluno e amigo do saudoso professor. Ele passou como um cometa pela Terra, mas deixou uma luz de ensinamentos que até hoje nos são úteis”, comenta.
Descontração e segurança
Luzo estudou com José Pascoal em dois momentos distintos. Em 1981, no curso técnico de Contabilidade, no Colégio Estadual Moisés Santana, em Silvânia; e no cursinho pré-vestibular, em 1984, no Colégio Einstein, em Anápolis. Ele conta que o professor se destacava entre os demais por sua irreverência, descontração e conhecimento seguro da Língua Portuguesa.
“Ele foi inesquecível. E o que mais me intrigava nele, como professor, era vê-lo chegar sem nenhum livro debaixo do braço e dar um show de aula. Eu ficava vidrado em seus ensinamentos”, afirma Luzo. Ele acrescenta que o professor José Pascoal foi um grande incentivador no interesse pela leitura e pela escrita.
Luzo lembra que chegou, inclusive, a produzir textos e “inocentes poesias” para o jornal ‘A Tribuna de Silvânia’, fundado e editado por José Pascoal. “Sempre buscando esmerar-me na ortografia e levar o meu ponto de vista, com clareza, aos leitores”, acrescenta.
O amor do professor pela disciplina de Português e seu talento para o Magistério marcaram para sempre a vida e a memória de várias gerações. Para a grande maioria de seus ex-alunos, as lições e ensinamentos do querido mestre serviram como inspiração, inclusive, na hora de escolher a carreira profissional. “Tornei-me professora de Língua Portuguesa por essa admiração juvenil. Não que tenha tido o talento dele, mas buscava me espelhar em sua dedicação, carisma e sabedoria”, ressalta Edilene.
Exemplo dentro e fora da família
O professor José Pascoal da Silva lecionou também no Lyceu de Goiânia, no Ginásio Anchieta (Silvânia), Colégio Einstein (Anápolis) e foi diretor de escolas em São Miguel do Passa Quatro. Ele faleceu em março de 1989, vítima de cirrose. Teve três irmãos: um faleceu ainda bebê. Ainda estão vivos Rubens Vieira da Silva e Lúcia Aparecida Silva.
José Pascoal casou-se duas vezes e seu grande sonho era ser pai de uma menina. Seu desejo não se realizou. Foi pai de cinco filhos. Dois já falecidos. “Vivos ainda estão Plínio, do primeiro casamento, e Virgílio e Hugo, do segundo”, explica Alba Stefânia, que tem no tio um grande exemplo de pessoa e de profissional.