Trata-se do projeto Pilares, que envolve todas as coordenações regionais de Educação, podendo alcançar toda a rede pública estadual de ensino de Goiás

Em um termo de cooperação assinado, ainda em novembro de 2019, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), juntamente com o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) e a Corregedoria Geral de Justiça (CGJ) de Goiás, se propôs a oferecer aos profissionais da Educação estadual subsídios para inserirem, nas escolas estaduais, práticas para a promoção da construção de uma cultura da paz.

A metodologia é a formação de facilitadores em círculos de justiça restaurativa, como apoio para a adoção de um modelo de resolução de conflitos no ambiente escolar com a valorização do diálogo. Quatro turmas, que somam 150 profissionais que trabalham nas coordenações regionais de Educação (CREs), em unidades escolares estaduais, na Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais/Gerência de Programas e Projetos Intersetoriais e Socioeducação e nas gerências de Segurança e Saúde do Servidor e de Educação Especial, em diferentes momentos, já passaram por formação e até estágios, presencialmente.

Na semana passada, os trabalhos deste projeto, denominado Pilares, foram retomados, agora de forma virtual, em decorrência do necessário atendimento aos protocolos de biossegurança para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Para além da continuidade do projeto, o I Encontro dos Facilitadores de Círculos de Justiça Restaurativa e Construção de Paz, realizado na terça-feira (6/4), revigora também esta ação da Seduc voltada à formação integral dos estudantes em seus aspectos pessoais e de cidadania.

Outros dois encontros dos cursistas da Seduc no Projeto Pilares também estão em andamento, ampliando efetivamente a atuação dos nossos educadores em prol da justiça restaurativa e da promoção da paz. 

A partir das escolas

A secretária de Estado da Educação de Goiás, Fátima Gavioli, desde o início da implantação do projeto na rede estadual destaca que a promoção da cultura da paz extrapola as práticas baseadas simplesmente no ensino dos conteúdos, motivo pelo qual, o acordo de cooperação seria abraçado pela Seduc. “Olhamos para o nosso aluno como um ser humano completo, capaz de alcançar seu projeto de vida e de mudar, para melhor, a comunidade em que vive. Por isso, o projeto Pilares é tão importante para nós. Ele integra nossos esforços de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas a partir das nossas escolas e da Educação que ofertamos”, afirmou a secretária à época da assinatura da parceria com o TJ-GO e a CGJ-GO.

O I Encontro virtual, que abriu esta nova forma de se dar continuidade ao projeto Pilares, reuniu, além dos participantes da rede estadual, cursistas e representantes das redes municipais de Goiânia, Luziânia, Goianésia, Novo Gama, Itaberaí, Orizona e Cristalina. Da Seduc, participaram profissionais de Educação das 40 CREs, que representam toda a rede estadual de ensino.

Durante esse primeiro encontro por vias remotas, houve a apresentação de um painel sobre Comunicação não-violenta na edificação da cultura de paz. A palestra foi feita por Muriel Magalhães, que entre outros, é consultora da Comissão de Sistemas de Gestão de Conflitos da OAB/Niterói-RJ e facilitadora de comunicação não-violenta, círculos restaurativos e de construção de paz.

O encontro, considerado adicional à formação dos cursistas, reuniu mais de 200 pessoas, que se preparam para aprimorar sua atuação como facilitadores de círculos de justiça restaurativa e construção de paz em todo o Estado.

Promoção da paz

Dentre os participantes do primeiro encontro on-line, autoridades ligadas ao projeto Pilares falaram sobre sua importância. Entre outros participaram o corregedor geral de Justiça, desembargador Nicomedes Borges; a coordenadora do projeto Pilares, juíza Camila Nina Erbetta Nascimento; o gerente de Cidadania e coordenador da Justiça Restaurativa, juiz Decildo Lopes; o titular do Juizado da Infância e Juventude de Anápolis, juiz Carlos Limongi Sterse; e, o gerente de Programas e Projetos Intersetoriais e Socioeducação da Seduc, Marcos Pedro da Silva, que coordena o projeto na Secretaria. A secretária da Educação de Goiás, Fátima Gavioli, foi representada pela superintendente de Modalidades e Temáticas Especiais, Núbia Rejaine.

De acordo com a superintendente da Seduc, os esforços têm sido feitos no sentido de envolver, ao máximo, as unidades escolares da rede estadual em torno da promoção de uma cultura de paz. “Não vamos medir esforços para o projeto Pilares ser abraçado pelas escolas, despertando a sensibilidade do olhar para o outro e a união para o bem”, afirmou Núbia Rejaine. Segundo a superintendente, o projeto se soma às ações da Secretaria da Educação com vistas à formação integral do aluno, seu preparo para a vida e para sua intervenção cidadã, conforme destacado pela secretária Fátima Gavioli à época da implantação no âmbito estadual.

O gerente da Seduc, Marcos Pedro, à frente do projeto na rede estadual, destacou o envolvimento da equipe da Seduc e a importância do projeto para os estudantes no enfrentamento dos desafios diários na vida de cada um. “Esse projeto contribui muito para os nossos estudantes terem a oportunidade de encarar conflitos e incertezas próprios da vida com um olhar voltado para o diálogo e para a construção de caminhos por meio da cultura de paz”, ressaltou o gerente.  

O corregedor geral de Justiça de Goiás, Nicomedes Borges, enalteceu a parceria com a Secretaria Estadual da Educação, falando da missão de se educar para e pela paz. “Nossa intenção é disseminar a comunicação não-violenta dentro das escolas com vistas a uma compreensão diferente do conflito, à reformulação da maneira pela qual nos expressamos e ouvimos o outro e a construção de uma sociedade mais pacífica e humanizada”, afirmou Dr. Nicomedes.

Pilares para a justiça

Na sua implementação na rede estadual de ensino, o projeto Pilares entra como uma formação destinada a apoiar os educadores na constituição de um sistema de resolução de conflitos no contexto escolar voltado para o diálogo e o respeito à vida, que inclusive viabilize o envolvimento de toda a comunidade para a compreensão da justiça como valor imprescindível.

A formação prepara para o agir e para a intervenção com meios práticos e eficazes em favor da cultura de paz nas escolas e, principalmente, sob a luz da Educação, que, a partir das escolas públicas estaduais, presentes em todos os municípios goianos, se dissemine essa cultura para além dos muros da unidade escolar.

Nessa parceria do TJ-GO, da CGJ-GO e Seduc, o objetivo é difundir a cultura da paz, por meio da Educação baseada em valores humanos que fortaleçam as relações entre as pessoas, estimulem a comunicação saudável e fortaleçam o enfrentamento das diversidades e a resolução de conflitos através dos círculos de justiça restaurativa e de construção de paz.

Goiânia, 15 de abril de 2021.

Plano Estadual de Educação
Essa ação atende a meta 06 do Plano Estadual de Educação (PEE)