Escolas estaduais abordam interculturalidade na semana dos povos indígenas
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Na semana em que se comemora nacionalmente o Dia do Índio (19/4), as escolas da rede pública estadual de Goiás realizam diversas atividades de reflexão e reconhecimento dos povos indígenas, entre os dias 18 e 22 de abril.
Como orientado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), as escolas regulares devem promover, ao longo da semana, oficinas, apresentações de trabalhos, mostra de filmes indígenas e debates com lideranças indígenas, com o tema “Educação Intercultural e Inclusão”.
Segundo a gerente de Educação do Campo, Indígena e Quilombola da Seduc, Valéria Cavalcante, as escolas precisam aproveitar essa data para valorizar a cultura indígena e conhecer os desafios vividos por esses povos.
“Não se deve ter um olhar etnocêntrico, achando que todos os povos indígenas são iguais, sem respeitar a diversidade de línguas e a etnia de cada povo. Conhecer a cultura indígena é ouvir o lugar de fala do outro e saber o que é ser indígena nesse país de hoje”, explicou a gerente da Seduc.
Entre os temas propostos pela Seduc para serem abordados em sala de aula estão o vestuário, artesanato, alimentação, instrumentos musicais, acessórios típicos, costumes e brincadeiras dos povos indígenas. Há também espaço para debater intolerância religiosa, ataque a terras demarcadas, violência, desrespeito às especificidades culturais e desemprego.
Programação nas escolas indígenas
Já as escolas indígenas localizadas nas aldeias - Colégio Estadual Indígena Maurehi, Escola Estadual Indígena Aldeia Avá-Canoeiro e Escola Estadual Indígena Cacique José Borges - estão com uma programação especial durante todo o mês de abril para fortalecer a identidade e resgatar a cultura de cada povo.
Cerca de 100 estudantes indígenas estão matriculados nessas escolas, em Aruanã, Minaçu e Rubiataba, respectivamente. Entre as principais atividades estão a pintura corporal, dança, confecção de miçangas e tiro de arco e flecha.
Educação inclusiva
As matrizes curriculares das escolas indígenas são diferenciadas para se adequar à realidade de cada comunidade, como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Segundo a lei, os povos indígenas têm direito a uma educação bilíngue, diferenciada, específica e intercultural.
Em Goiás, os estudantes indígenas são atendidos tanto nas escolas indígenas quanto nas escolas regulares, dentro de centros urbanos, onde há famílias residindo temporariamente na cidade. Nas escolas regulares, os alunos são acompanhados por professores intérpretes, que auxiliam os estudantes na oralidade, escrita e numeração na língua materna e na Língua Portuguesa.