Educação Antirracista foi tema de encontro de educadores

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Discutir problemas raciais e formas de implementar ações antirracistas nas escolas é um dos focos da Seduc/GO

No sábado (07/10), a equipe da Gerência de Projetos Intersetoriais e Socioeducação, da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO), participou da formação “Letramento Racial”, proposta pelo Instituto Performance. De acordo com os organizadores, o curso visa conhecer e aprofundar os conhecimentos sobre o racismo e seus desdobramentos para seu efetivo enfrentamento, bem como contribuir para a construção de uma sociedade justa e igualitária.

Na ocasião, 12 profissionais da rede pública estadual participaram do evento. O curso contou com duas palestras, dos especialistas: José Eduardo, professor, formado em Filosofia e especialista em docência na educação superior; e, Denise Teles, advogada, presidente da Comissão de apoio à Promoção da Igualdade Racial (ABMCJ/GO).

Questão racial em pauta

Dentre as temáticas abordadas, tratou-se de colonialismo; Filosofia africana; racismo estrutural e o pacto da branquitude; saúde mental e os efeitos psicológicos do racismo; e ações antirracistas na prática.

Para Cláudia Leite, profissional da Seduc/GO participante do curso, discutir o tema é importante para pensar a identidade negra no Brasil, que vai além da genética, mas perpassa os muitos fenótipos, expressos em traços físicos negros desde pessoas pretas a não-brancas. “O que faz uma pessoa negra é o seu fenótipo”.

Segundo Cláudia, no ambiente escolar, crianças e jovens negros ainda sofrem discriminação e precisam da atenção e apoio de professores e outros profissionais da Educação. A palestrante Denise Teles concorda ao dizer que a opressão contra o povo negro persiste camuflada em um discurso de democracia racial. “É importante que os profissionais da área estejam comprometidos com a luta antirracista e não se esquivem desse papel. Ainda existe desconforto para tratar sobre o assunto em um contexto em que a maioria é branca e, portanto, goza de incontáveis privilégios”, afirma Denise.

Para a especialista, o assunto ainda é tratado de forma superficial. “O preconceito e a discriminação que os negros foram vítimas durantes extensos e desumanos anos, revelam-se até hoje de maneira oculta na nossa sociedade brasileira e de maneira implícita em alguns ambientes educacionais, por meio de discursos preconceituosos”, complementa Denise Teles.  

“As crianças negras e aquelas que não são, precisam ter consciência que o Brasil foi construído em grande parte pelo povo negro, que foi e ainda é marginalizado e inferiorizado pela sociedade”, finaliza Denise. Por isso, uma Educação antirracista é primordial nas práticas escolares.

(Texto: Amanda Dutra / Comunicação Setorial da Seduc/GO/ Foto: Arquivo Letramento Racial)