Duas feiras, duas conquistas: Estudantes de colégio estadual de Goiás são destaque em torneios de Robótica

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Alunos do Colégio Estadual Damiana da Cunha conquistam 2° lugar em dois eventos de Ciência na cidade de Goiânia
 
“Participar dos torneios me fez ver que, mesmo sendo de uma escola pública, eu posso ter a capacidade e a oportunidade de crescer e participar de tais eventos”, afirma Rebecca Brune. Ela é aluna da 2ª série do Ensino Médio e, juntamente com Amanda, Kamila, Lyan e Nicolas, enxerga na Robótica um potencial de desenvolvimento na ciência, ao compor a equipe Camaleões do Cerrado, do CE Damiana da Cunha, de Goiânia. 

O grupo desenvolve projetos que podem resolver problemas da comunidade de uma forma geral. Coordenados pelos professores George Fontenelle e Fabiana Dias, os Camaleões conquistaram o 2° lugar na Feira Integrada de Ciências (Fecin) do Instituto Federal de Goiás (IFG) e na etapa regional da Fira 2023, alcançando a classificação para a etapa nacional no torneio.

A 1ª Fecin ocorreu entre os dias 18 e 19 de outubro no Hub Goiás. O evento foi encerrado com a premiação dos trabalhos que mais se destacaram, entre os 113 expostos. Na categoria “Ciências da Vida”, os Camaleões conquistaram o 2° lugar com o trabalho “Estação de monitoramento da qualidade do ar com resultados por QR Code”.

Segundo a professora Fabiana, uma das coordenadoras do grupo, o objetivo do projeto é disponibilizar informações para a comunidade sobre as medidas a serem tomadas, como o uso de máscaras de acordo com a poluição local, obedecendo parâmetros do Ministério da Saúde.

Já o professor Fontenelle, também coordenador, complementa ao explicar o funcionamento do sistema desenvolvido: “Por meio do QR Code, qualquer cidadão terá acesso às informações da qualidade do ar em tempo real, na região em que se encontra, e a interação IoT (comunicação com a Internet onde o sensor envia informações para o QR Code de acesso livre) indicará se é necessário o uso de máscara e qual o ideal para a qualidade de ar que está respirando”.

Os alunos Rebecca e Lyan


Oportunidades únicas aos alunos


“A Robótica me fez ter novos horizontes e novos olhos para escolher uma futura profissão”, afirma a estudante Rebecca. A jovem compõe o Camaleões do Cerrado há mais de um ano, tendo participado de outros torneios e acumulando uma bagagem de conhecimento. Ela não esconde sua vontade de seguir carreira nesta área, “como desenvolvedora de software ou na área das ciências da computação”.
Para a estudante, este é um ramo muito amplo, onde pode aprender sobre eletrônica, programação, Física, Matemática e muitas outras coisas. “Acredito que (o projeto) seja muito bom para o futuro, e ajudaria muito os alunos a escolherem uma profissão e desenvolver uma paixão por Robótica, dando novas oportunidades na vida”, destaca.

Já Nicolas Oliveira, de 17 anos, está na 3ª série do Ensino Médio e diz ter vivido uma experiência ímpar ao participar da Fecin. “É a primeira vez que participo de um torneio envolvendo algo que gosto”. Apesar de não ter planos de seguir na área futuramente, Nicolas destaca a importância do projeto Camaleões do Cerrado na sua vida. “Participar dessa nova experiência expandiu meus conhecimentos, mesmo com o nervosismo na hora. Foi bom e espero conseguir experienciar isso novamente”, afirma.

Uma das contribuições que o projeto deixa em seu processo de aprendizagem é o auxílio na prova do Enem, previsto para ocorrer no mês que vem: “Acredito que (o projeto) me ajuda muito, pois envolve Química e é uma matéria que tenho dificuldades. A parte técnica me ensinou coisas sobre e isso vai ser de grande auxílio na hora da prova”, conta Nicolas. 

Fontenelle destaca a participação dos alunos da rede estadual em tais competições, pois estimula a confiança destes estudantes. “Percebo que os alunos da rede estadual ainda possuem uma autoestima muito baixa e essas premiações ajudam a mostrar o potencial que eles possuem”.


 
Contribuição social do projeto apresentado na Fecin 2023


Em Goiânia, há apenas uma estação que capta a qualidade de quatro gases nocivos ao ser humano, além dos particulados, com um custo de aquisição acima de um milhão, como afirma o professor Fontenelle. Para a professora Fabiana, “a utilização deste monitoramento servirá como subsídio para políticas públicas, a fim de contribuir para uma melhor qualidade do ar nas cidades”.
“Nosso sistema é de baixo custo e estamos entrando na etapa de calibração dos sensores para que os dados sejam mais confiáveis. A terceira etapa do projeto consiste na verificação in loco de áreas de grande tráfego de carros e aterros sanitários”, explica Fontenelle.

(Texto: Amanda Dutra / Comunicação Setorial da Seduc/GO / Fotos: Arquivo pessoal – George Fontenelle e Rebecca Brune)