Webinário sobre busca ativa e boas práticas para a redução do abandono escolar reúne mais de 1.100 profissionais da Educação

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Organizado pela Seduc, em parceria com o Instituto Unibanco e com a participação do Unicef, evento apresentou ações adotadas na rede estadual de Educação de Goiás e as possibilidades para o combate à evasão escolar

Cerca de 1.100 gestores, professores e tutores educacionais participaram, na manhã desta quarta-feira (28/10), do webinário “Busca ao Tesouro: Boas Práticas para a Redução do Abandono Escolar”. Na oportunidade, foram apresentadas as ações de busca ativa escolar, realizadas após a adoção do regime de aulas não presenciais na rede estadual, e perspectivas para melhoria dessas ações.

Segundo a consultora do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Daniella Rocha, 1.497.908 crianças e adolescentes brasileiros estão, hoje, fora da escola. Esse número, para Daniela, resulta de uma série de motivos e exige um olhar para os jovens não de forma fragmentada, “mas, sim, de forma integrada e dialógica”.

De acordo com Daniella Rocha, informações diagnósticas como o entendimento das causas da exclusão escolar permitem que a escola e o Poder Público conheçam a situação dos jovens e tomem uma decisão mais assertiva. Além disso, a consultora afirma que é preciso ampliar a rede de proteção, do cuidado social para além do ambiente escolar. “Quando a gente pensa em Educação, deve pensar para além dos muros da escola”, ressalta.

Informações diagnósticas na rede estadual

A busca por informações diagnósticas sobre os índices de baixa frequência e infrequência escolar motivaram a Seduc a aplicar, no primeiro semestre desse ano, o Questionário de Busca Ativa Escolar. A ação, coordenada pela equipe da Superintendência de Organização e Atendimento Educacional, contou com a participação dos gestores e tutores educacionais de todo o estado.

De acordo com a superintendente de Organização e Atendimento Educacional, Patrícia Coutinho, 92% das escolas da rede estadual de Educação de Goiás participaram da pesquisa sobre as ações de busca ativa na rede estadual de Educação de Goiás. E, a partir dos dados das 952 escolas participantes, foi possível identificar as formas de contato empregadas, os motivos para o abandono escolar, as dificuldades encontradas e as ações realizadas pela escola.

 Segundo o apurado, dentre os motivos que levam à baixa frequência em Goiás estão a dificuldade de aprendizagem; a ausência de vínculo com a escola; a parda de vínculo com os colegas; e a ideia de que este ano letivo está perdido.

Já entre as dificuldades encontradas para garantir a participação nas aulas não presenciais estão: falta de apoio familiar; necessidade do estudante em trabalhar; pais analfabetos ou com baixa escolaridade; falta de internet; e a dificuldade de localizar os estudantes.

Ações de busca ativa

A partir dos dados reunidos no Painel de Monitoramento da Seduc e apurados pelo Questionário de Busca Ativa, as coordenações regionais e os gestores das unidades escolares propuseram práticas de combate à evasão escolar. Dentre elas, estão as ações realizadas pela assessora pedagógica da Coordenação Regional de Educação de Planaltina, Maria José Aguiar, e pelo gestor do Colégio Estadual Pedro Neca, Ramon Martins.

Em Planaltina, por exemplo, a ação de busca ativa contou com a parceria do grupo de ciclistas “Bora Pedalar”. Após uma reunião com os coordenadores do grupo e um encontro para conscientização sobre a importância da entrega de atividades aos alunos sem acesso à internet, os voluntários passaram contribuir na distribuição de materiais impressos aos estudantes.

Além das ações individuais de cada escola, uma parceria entre a Gerência de Alimentação Escolar e a Gerência de Tutoria Educacional da Seduc tem promovido a conscientização e mobilização de pais e responsáveis durante a entrega dos kits de alimentos nas escolas.

Para Patrícia Coutinho, ambas as ações têm gerado um aumento na participação e na frequência dos estudantes. Apesar disso, os resultados obtidos pelo Questionário de Busca Ativa apontam para uma necessidade de as escolas manterem o cadastro de seus estudantes e seus contatos atualizados.

“Não é uma ação fácil, mas nós não podemos desistir. Precisamos ampliar essa rede de proteção”, destacou a superintendente de Organização e Atendimento Educacional, indicando o potencial constante na parceria com a UNICEF.

Em sua fala, a secretária Fátima Gavioli aproveitou para agradecer aos diretores, tutores e professores pela atuação nas ações de busca ativa realizadas na rede estadual de Educação. Para ela, “o importante é ter parceria, é saber que a união vai levar o Estado a superar os desafios impostos pela pandemia”.